Por Edmilson Siqueira
Se você é um tanto quanto jovem, gosta de rock e já ouviu algumas músicas com os Rolling Stones, por certo tem curiosidade de conhecer um pouco mais desses eternos roqueiros que, embora sem três dos originais, ainda lotam estádios por aí. Em 2002, foi lançado um CD duplo, com 40 músicas das mais expressivas do grupo, num trabalho de compilação que passou por várias gravadoras.
Ali está um resumo, pelo menos até 2002 (20 anos depois os caras ainda estão aí, produzindo e fazendo shows) de tudo que eles fizeram em 40 anos (40 anos em 2002, bem entendido) de carreira. O CD é meio caça-níquel, meio relíquia, pois das 40 músicas apenas quatro eram novas naquele ano. Mas é uma delícia botar pra rodar.
Não poderia faltar a enigmática "Wild Horses" ou a eterna "Ruby Tuesday" e "Paint It Black", que se tornou música-tema de uma ótima série chamada "Vietnã" que andou passando na tv brasileira há uns anos, mas não fez qualquer sucesso.
Para quem que, como eu, discutia nas rodinhas nos intervalos das aulas do velho Culto à Ciência quem era melhor, Beatles ou Rolling Stones, o CD duplo vem a calhar. Claro que a discussão jamais terminou e ninguém chegou a conclusão alguma. Mas era ótima achar "Satisfation" melhor que "I Wanna Hold Your Hands", ou "If I Fell muito melhor que Under my Thumb". Mas "Simpathy for the Devil" era imbatível, principalmente depois que soubemos que, dizia a lenda, Mick Jagger a compôs inspirado nos batuques que ouviu nos terreiros de umbanda e candomblé brasileiros.
O segundo disco já começa com um sucesso de 81 e quem vinha abrindo muitos shows dos Stones nos últimos anos: "Start Me Up". E também está cheio de clássicos dos anos 70 e 80, como a delicada "Angie" (composta por Keith Richard para uma enfermeira que o tratou numa clínica de desintoxicação) ou o ‘hino’ "It´s Only Rock’n’Roll". Ou ainda as embaladas "Mixed Emotions" e "Love Is Strong".