segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Gonzaguinha e Gonzagão

Por Ronaldo Faria


Já que a morte é próxima e próspera, num chegar de cinzas deletérias e etéreas, vamos continuar. O cavalo ainda aguenta, meus santos da escrita.

 O gado corre junto, seguindo um líder qualquer no rebanho, entre a terra seca e os poucos rastros e restos de vida que sobreviveram ao fogo ardente. Um pequeno poço no dia de hoje e amanhã irá encher barris de madeira de jumentos que levarão o fim da sede aos donos da terra. Mas haverá quem seja dono de algo? Nem o algoz dirá.

Na mesa o homem pensa se já está bêbado o bastante ou outro bastante poderá ficar. Quem saberá? No ar, Gonzaguinha e Gonzagão. E voltam saudades de infância, fragrância da distância de estar longe do medo, envolvido em trapos de coberta, a saber que um dia se largará entre facadas que convivem em pesadelos até hoje.

Mas o que são memórias, essas imemoriáveis causas de indecisões e decisões? Serão mágicas magias ou palavras impávidas num colosso? Talvez um Rio Real que irá desaguar no São Francisco ou, quiçá, no meio do mar. Na vida de arapucas e poucos pássaros a cair nelas, a saudade, essa palavra cheia de maldades e finda em si mesma.

Zé Geraldo

 Por Ronaldo Faria A viola viola o sonho do sonhador como se fosse certo invadir os dias da dádiva que devia alegria para a orgia primeira...