Por Ronaldo Faria
Queria tê-la, Maria de um lugar qualquer. Seios enjaulados em sutiãs imantados de dedos e desvelos, desbragados pela voz de um trovador qualquer, criados à pincelada de um poeta que escreve mágicas palavras transversas para somente dizer que não sabe como te amar.
Queria tê-la, Maria de um lugar
qualquer. Boca em riso que se expõe ao limítrofe desejo de acariciar teu rosto
e aninhar teus pesadelos. E viajar e brandir o férreo passado que sabe que
disse na voz a frase errada. Coisa de místicas passagens vis e lineais na
margem que divide a felicidade da dor.
Por fim, queria tê-la, Maria de um lugar qualquer, para descobrir novos lençóis em músicas de mi e bemóis. Coisa tangida de verves e frágeis brincadeiras de quintais e fundo de casa e pinturas de muros próprios. Tudo feito o trejeito que busca o corpo primeiro e secular, como um passado que teima em voltar.