terça-feira, 12 de setembro de 2023

Ao Jorge Mautner

Por Ronaldo Faria


Imbróglio lógico, ideológico e analógico, sobrenatural e antropofágico, descartável nas milhões de postagens que nem precisam de selo. Agora a espera de dias pela carta sofrida ou ungida está descartada. Quem dera sê-lo num passado frágil e ágil, como um agiota dos anos. A beber a chuva e comer o raio de sol que volatiliza a cada rodar da Terra. Tomar dois cafés à espera da consulta do filho faz romper a madrugada e tragar e irromper sílabas e sortilégios. No alto da árvore a gralha gorjeia sem sequer saber o que é isso. E se o sono insone não vem, que possamos ouvir o violino e voz de Jorge Mautner. Em algum lugar a matilha invadirá a Ilha de Malta para comer chocolates escarlates que a larica sobremaneira dá. Senão, mais uma lata (não da lata) para recompor o pouco de água que o inverno pede para sugar. A conta perdida de idas à geladeira só determina que a mina das palavras não se extinguiu. É só garimpar a letra par ou ímpar. Ouvir a fálica falência da ciência e volatizar como fosse o vento véu da noiva largada ao altar. Se engasgar na rima, perde-se o rumo da trilha da poesia. No mar talvez ainda haja alguma enguia esguia a se esgueirar. Nos dentes que restam, a assinatura de um boliviano. Mas, a quantas andam o grilo? E o grelo? E a grelha? Corpo em colapso atávico, transmutemo-nos em velhas senhoras que mostram suas pelancas em Copacabana. Senão, porque não, viajemos a lua que desapareceu do alto para não ter que usar sapato de salto alto. Solilóquio de si consigo mesmo, a esmo, que sejamos esmeros e mesmices. Ou como diz o poeta Mautner, “como é bonita a bandeira brasileira”. Será? Tenho minhas dúvidas. Onde está o amor da frase? Positivismo é o famoso cu do anu! Saibamos ao menos ainda limpar o...

Zé Geraldo

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