segunda-feira, 11 de abril de 2022

Às torquatálias que viram dálias

 Por Ronaldo Faria

Ser Torquato após um ato qualquer, de que vale? Talvez o revés de um viés inócuo em solilóquio quieto e calado. Passagem sem paragem, leve em mim, leviana a se desdobrar em barbáries e bestiais paráfrases. A levar lavras e frases inexatas, cascatas de suores e vozes viscerais intermediadas em si. Sinfonias bastardas. Versos insones que revoam corações voláteis em drones. Na topografia que a grafia desdiz, o ágrafo desejo de correr entre estradas e perigos. No suor derradeiro que se desdobra de pingos, o umbigo. Uma língua a se desmilinguir de passeios e asseios entre o amor e o signo. A quase chegar, um domingo. Na esquina pede comida carcomida o mesmo mendigo. A vestir a moda passada, um sessentão e seu índigo blues. Sob o negror da noite, rasgos de muitos azuis. Caminhando entre o passado e o presente, um ausente aprendiz a comer seus últimos neurônios. Acrônicos, tardios e cômicos, eles volatilizam o mesmo caminho. Há escaninhos e descaminhos na biblioteca que o esteta fez.

A Torquato Neto, eu - um poeta em feto. No resto que nunca romperei ao cordão umbilical e fatal. Apenas gracejos ao próximo beijo. Tardio, o descalabro entrelaçado em pele crua... 


Zé Geraldo

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