sábado, 20 de abril de 2024

Nas cervejas do padrinho, o mimo da mímica se faz (substrato do cigarro do bom sem apertar um)

 Por Ronaldo Faria


 

Elucubrações mil num céu que há muito deixou de ser azul ou anil. No perpétuo pensar, o novo luar. Um lumiar que a noite faz pernoite. No aconchego final, a luta entre a embriaguez e o mal. A certeza de que a incerteza far-se-á frugal quando o tempo se for. E ele sempre se vai e se esvai. Brinca de eternidade quem crê que a crença poderá permear a vida da morte à sorte de cada um.

Marcelo Maldonado Peixoto, o D2. Quem saberá o nome real? Saber-se-á.  Será que vale saber E foda-se aquilo que não é rima! Na cisma da cidade que une beleza e escória, a história vitrifica a retórica que chega nos sons milenares que o coração brinca de florear para Poliana ficar de boa. Mas nem tudo que entoa é a realidade que o gueto traz em verborragia. Afinal, ele não traz à cor negra ou preta as ruelas das favelas, as coisas comuns de comunidades. Na correção da insônia que a isonomia da vida faz destrato no trato que a madrugada traz, seja chegada a malandragem que a zona norte dá.

O beijo da mulher que se aninha sobremaneira no abraço que parece o sargaço que cola no barco esquecido no porto destruído para nunca vir a ser. No cerzir que junta saudades e nunca existir, a loucura da benfazeja chegança num rolê. E vamos no sapatinho que o ardil do próximo minuto faz a troca da grana e do pó na esquina que se eterniza na sina que ninguém fará parar. Loas aos incrédulos que creem nas cédulas a remissão final. Rima surgida na mijada largada num banheiro aberto em duas opções.

Nos pesadelos que surgem loucos e tresloucados no submundo que é estar vivo, os versos vazam em sons que os ouvidos ainda ouvem. Nos olhos que já não sabem mesmo que veículos chegam de um lugar perto, o acerto do certo que, tão presto, nem parece estar no verso que, transverso, vira rima para uma conexão entre o morro e o asfalto. No desabafo que ainda bem nas letras enviadas não têm cheiro, surge o esmero que a vida arrestada não traz sobremaneira na rima do apito que ainda soa fatal.

Tivesse sobrevivido à sogra filha da ... que queria a filha casada com herdeiro de uma fábrica de guarda-chuvas, teria vivido uma vida de maior sorte? Nas esquinas sangradas das zonas sul e norte, no subúrbio banal de algo sempre animal, o menino se jogou no jogral. Vale o que for. Na época do telefone que pedia sinal para ser real, das cartas cravavam o tempo das emoções, a incerta certeza que poucos sabem o que ser. No dedilhar do agora, incrédulo e crédulo, o mundo que não disseram antes que um dia viria. 

(Para o Marcelo D2)

Zé Geraldo

 Por Ronaldo Faria A viola viola o sonho do sonhador como se fosse certo invadir os dias da dádiva que devia alegria para a orgia primeira...