sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Cada um com seus poemas

 Por Ronaldo Faria

 

Como disse o poeta, cada um com seus poemas. Estejam eles com enfisemas ou não. Afinal, como qualquer anormal, que tenha na vida apenas um quintal para um improvável sarau, não existe muito que dizer. Todo homem, como animal, sobrevive de álcool, químicas ou algum floral. No subterfúgio fugidio do senão, todo o centeio colhido um dia vira pão. E virá. Na imaginação tresloucada da falta de razão, a ação que a parcimônia vira coisa homônima para tentar ser. Num correr de bar em bar numa tarde que salva a quase surda de deixar de ouvir, um renovar de surgir que em lugar nenhum chegará. A moça, de todos os santos e alegrias, não está afeita às alergias que a realidade dá. Nas culpas que a vida atroz dá, existirá depois da morte um lugar?

II
 
Comer? Pra quê? O prato defronte é obrigação ou lazer? Mais algum algo para lavar. No alvo da alva aureola, a desfaçatez de quem a tez nem ruboriza. Na incerteza reta sequenciada de curvas mil, a crença do abismo sufragado em urnas do tempo. Na sétima escritura, a ruptura com a realidade. A verdade virá mentira. A tira estreita entre o tempo do passado e o assado feito com as perdas do amor fica fincada como prego na areia perto do mar. Primeiro descem os espíritos poetas fodões. Criam, dão espaço aos meias-bocas. Esses, dispersos, logo escrevem e deixam os que são pouco nada ou nunca ser descer. Aí vira um imbróglio total. Como produzir algo geral? Sozinho, o aprendiz de poeta e cavalo fica a ver navios, longe do mais perto mar.

Zé Geraldo

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