Por Ronaldo Faria
Dedos, onde dedilhar?
Sede, onde beber?
Lágrimas, onde
chorar?
Canseira, onde
descansar?
Alhures, onde
arrulhar?
Que mãos amansar?
Que olhos
lacrimejar?
Onde ainda poder
andar?
Viola, onde
arranhar?
Bebedeira, onde
desmaiar?
Que passos a
passear?
Que trilhas a repassar?
Qual mentira
recontar?
Haverá a ver na
ventania?
Carinhos se aninharão?
Mãos se
entrelaçarão?
Há amor logo ali
no Leste?
Vento daqui bate
na veste?
As pernas da
morena se despem?
Que frigir de ovos
padece?
Mas e os dedos: há
dedilhar?
No mar existe um
acabar?
Atracará nele o vil
Calabar?
Um pacífico o mal
pacificará?
Estarei eu aqui ou
acolá?
Sonharei um sonho
por fim?
Viajarei
felicidades enfim?
Inquestionável
saber de nunca mais.