Travesseiro sem cabeça para
dormir, cama sem canto preferido, perfídia de uma trama intrínseca e perdida em
si mesma, ensimesmada e derradeira, como a feira. Entre gritos de aflitos e
afônicos, atônitos, pessoas pasmam de ser. Não há o que reter, ter, ceder,
ater, descrer. Só um tempo irreversível, factível, tangível e inatingível. No
meio do tudo, perdido, vaticina o sonho de uma canção. Sem unção, sem emoção,
sem junção. Na equação infinda da vida – sem início, meio ou fim.