terça-feira, 9 de maio de 2023

A rainha se foi. A rainha nunca morrerá...

 Por Ronaldo Faria


Rita mínima, ali...

26/06/2017

 Vampiro, me dá um respiro. Daqui, serei só mero suspiro. Quiçá, um gripado e escarrado espirro. 

No sorriso de não saber quem se é, vamos juntos a voar na lua cheia e na fé.


Marias do Chico, Edu Lobo e Wander Lee

 Por Ronaldo Faria


Marias da vida, Marias tantas, antevistas, revistas, revisitadas, caladas, dramáticas, atávicas, translúcidas, coloridas de mil cores, dissabores, desamores, fervores, paixões, milagres, encontros, bailes de anos novos, escadas, cansaços. Marias de arriscadas caminhadas, camas desfeitas, afetos desdobrados em vidas paralelas, favelas e ruas pequenas de cidades quase nenhumas. Quiçá quadriláteros que se formam em formas e fôrmas para formar. Alguma coisa de sei lá o quê, nos tantos acentos que esse que tem, esteja certo ou errado. Que seja somente um tempo antevisto, cheio de premonições e unções, beijos largados e ungidos de passado e presente, algo ausente de um futuro que se espera, à quimera, nem que seja num lar regado de idosos famintos de tempos atrás, desses que só cada um saberá contar e recontar, se a memória deixar. Afinal, Marias são tantas e têm tantas têmporas para se ver e beijar que perpassam e passam tantas vezes que às vezes a gente nem vê. Surgem de repente, em rompantes, em meio a luzes e vórtices que nem sabemos se são verdade ou serão, senão. E ficam e permanecem, se esvanecem de tomar contar conta do outro, sabem que são donas e doutrina, que far-se-ão tatuagem eterna. E nós, míticos e místicos amantes à busca de um colo, de um ventre, espaço entre duas pernas e beijo rasgado de saliva e suor, um coração em diapasão igual, nos entregamos lúdicos e vorazes. Sem saber do que iremos nos envolver, ver e ser. Talvez uma gota em meio a um temporal, uma pétala perdida num campo de girassóis, um planeta esquecido numa galáxia irreal, sem ar sequer para respirar o último suspirar fatal. Mas, a vida não será isso: um eterno buscar aquilo que não se sabe o que se é? À busca da madrugada que se faz tragada em lufadas nada, um resto de lucidez para o tanto de loucura que vaza da tez. Daqui, vamos, à busca da verdadeira Maria, a brincar de ser ator, dor e morbidez. A certeza da lua que virá crescer fica pra depois. Diáspora que brinca de deixar de ser. Quem sabe um universo que vira verso somente porque o reverso mente pra si...

Zé Geraldo

 Por Ronaldo Faria A viola viola o sonho do sonhador como se fosse certo invadir os dias da dádiva que devia alegria para a orgia primeira...