terça-feira, 14 de junho de 2022

Ele não é da música, mas poderia sê-lo... de boa.

 Por Ronaldo Faria


Ao poeta Antonio Contente, meu mestre

10/02/2017

 “O que melhor conta a história de certas casas são os telhados. Pois é sobre eles que caem as chuvas e se formam as cascatas dos beirais. Quando fortes, lavam; quando apenas pingam, falam aos bicos dos passarinhos. Tive telhados que abrigaram meu coração. Sem se importar, depois, de cobrir as saudades.” (Antonio Contente)

Telhados molhados que escondem os corpos de dois amantes a se embriagarem de beijos e cheiros, suores e ardores mil. Que protegem o desmesurado e calado depois do que vem como imensidão do mar. Que versejam sílabas e sábados, dias úteis e fúteis na imensidão finda do amar.

Telhados secos e ofegantes, carnais e lancinantes, a protegerem saudades de um poeta maior, a abrigarem anuviadas intempéries que teimam em atrapalhar os corpos que copulam além do arfar. E são apenas tremas que não mais existem, tramas que unem a rosa aberta e o chegar em riste.

Telhados feitos e refeitos em jeitos que a gente nem sabe o que será. Mistérios que só dois sabem descrever. E tudo ficará neles, porque o mundo não tem o que viver ou dar. Entre o quadrado que for, às mais saudosas horas de um poema qualquer, dormirão, refeitos, homem e mulher.

Com os Paralamas do Sucesso e a porra de uns óculos que não dão pra ver a tela direito

 Por Ronaldo Faria Óculos trocado porque o outro estava embaçado. Na caça da catraca de continuar a viver ou da contradança do crer vai ag...