Por Ronaldo Faria
Ao poeta Antonio
Contente, meu mestre
10/02/2017
Telhados molhados que escondem os corpos de dois amantes a se embriagarem de beijos e cheiros, suores e ardores mil. Que protegem o desmesurado e calado depois do que vem como imensidão do mar. Que versejam sílabas e sábados, dias úteis e fúteis na imensidão finda do amar.
Telhados
secos e ofegantes, carnais e lancinantes, a protegerem saudades de um poeta
maior, a abrigarem anuviadas intempéries que teimam em atrapalhar os corpos que
copulam além do arfar. E são apenas tremas que não mais existem, tramas que
unem a rosa aberta e o chegar em riste.
Telhados feitos e refeitos em jeitos que a gente nem sabe o que será. Mistérios que só dois sabem descrever. E tudo ficará neles, porque o mundo não tem o que viver ou dar. Entre o quadrado que for, às mais saudosas horas de um poema qualquer, dormirão, refeitos, homem e mulher.