domingo, 22 de setembro de 2024

Paulo Moura: bom de qualquer jeito

Por Edmilson Siqueira


O que é melhor de ouvir: Paulo Moura tocando em um quarteto com piano, baixo e bateria ou Paulo Moura tocando com um hepteto, com outros seis instrumentos, tocados ora por uns ora por outros músicos? A resposta é simples: os grupos são bons em qualquer formação e neles se destaca, claro, o sopro do sax alto de Paulo Moura, pontuando sempre com a mesma qualidade e inspiração. 
É o que se ouve por todas as 17 faixas de um CD que reuniu as músicas de dois LPs de Paulo Moura, o primeiro (o do hepteto) lançado em 1968 e o quarteto, lançado em 1969. 
O resultado é um excelente apanhado da obra desse que foi um dos maiores músicos que o Brasil já produziu. Aclamado pela crítica e respeitadíssimo no meio musical, Paulo Moura lançou cerca de 40 discos solos ou com um outro músico e teve participações em inúmeras coletâneas.  
Paulista, nasceu em São José do Rio Preto em 1932 e morreu em 2010 no Rio de Janeiro. Nesses quase 78 anos (morreu 3 dias antes do 78º aniversário), ele galgou os maiores postos que um instrumentista pode alcançar. Após sua morte, foi lançado, em 2012, o CD Paulo Moura & André Sachs - Fruto Maduro, pela gravadora Biscoito Fino, com dez músicas inéditas, um de seus últimos trabalhos autorais, resultado de uma parceria entre os dois músicos que começou em 2004 e duraria até os momentos finais do maestro. A última gravação registrada no disco foi feita em 25 de março de 2010, alguns meses antes do seu falecimento. No dia 21 de junho de 2012 foi inaugurado o Teatro Paulo Moura, um dos maiores e mais bem equipados teatros do interior de São Paulo, em São José do Rio Preto. Em 2013, o CD Fruto Maduro recebeu duas indicações para o 24º Prêmio da Música Brasileira como melhor álbum instrumental e melhor solista. 
O CD lançado em 2007 reúne dois timaços de instrumentistas. No quarteto, Paulo Moura com seu sax alto é acompanhado de ninguém menos que Wagner Tiso ao piano, Luiz Alvez no contrabaixo e Paschoal Meirelles na bateria.  
E pelas oito faixas que o quarteto produziu, nenhuma delas pode ser considerara apenas mais uma para completar o disco. São todas ótimas, não fossem clássicos da MPB, pois são magnificamente interpretadas pelos quatro bambas.  
Segue a lista para deixar qualquer amante da nossa música com água na boca: 
1 - Eu e a Brisa (Johnny Alf) 
2 - Aos Pés da Santa Cruz (Marino Pinto e Zé da Zilda) 
3 - Sá Marina (Antônio Adolfo e Tibério Gaspar 
4- Retrato de Beny Carter (Wagner Tiso) 
5 - Feitio de Oração (Noel Rosa e Vadico) 
6 - Aquarela do Brasil (Ari Barroso) 
7 - General da Banda (Satyro Tancredo Silva e José Alcides)   
8 - Samba de Orfeu (Luiz Bonfá e Antonio Maria) 



Como se vê, é coisa fina. E o mesmo podemos dizer do repertório do disco gravado com um hepteto. Embora nesse caso as músicas não sejam tão conhecidas popularmente (com exceção de 3 delas, também clássicos da MPB), seus autores não deixam dúvidas de que estamos diante de belas canções. 
9 - Filgueiras (Wagner Tiso e Luiz Carlos Alves) 
10 - Tema dos Deuses (Milton Nascimento) 
11 - Terra (Milton Nascimento e Fernando Brant) 
12 - Travessia (Milton Nascimento e Fernando Brant 
13 - Bonita (Antonio Carlos Jobim e Ray Gilbert) 
14 - No Brilho da Faca (Wagner Tiso, Novelli e Paulo Sergio Vale) 
15 - Homem do Meu Mundo (Marcos Valle e Paulo Sergio Valle) 
16 - Wave (Antonio Carlos Jobim) 
17 - Das Tardes Mais Sós (Milton Nascimento). 
O CD está à venda nos bons sites do ramo. Eu não encontrei no Youtube este CD com os dois discos, mas as músicas nele contidas estão espalhadas por lá.

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