segunda-feira, 9 de maio de 2022

À Tatiana Rocha

 Por Ronaldo Faria


Trazida de longe. Tátil, Ana.

Riso maroto. Brancos dentes a sorrir. Em mi.

E o Sol dá-se em ré. Haja dó. Nem que seja lá.

Defronte, o mar se mostra frágil ponte.

Lá longe, um horizonte.

Um dragão por trás dos montes...

Tragicomédia além da fonte.

 

Vinda de outras terras, falácias, falésias e quimeras.

Caranguejos ao dente, feras a dobrar.

E areia molhada a vestir o velho porvir.

Poetisa que se mimetiza a sorrir.

Embriagada de vento a voar e cerzir.

A costurar presente e futuro,

Entre um acordar e um tanto de dormir.

 

Filha do tempo, fluminense, baiana e o que vier por vir.

Ser passageiro, carinho matreiro.

Metro e uns tantos, para lá de métricos volteios.

E assim vai: sempre de onde veio...

Descobrindo a diferença entre o pão e o centeio.

Passeando no fio da navalha, no meio.

Tatiana, à tua rocha lapidada, o veio...

 

A pular as ondas, passar-se ao tempo,

A descobrir que entre o homem e a morte há sorrir e lamento.

E panelas saudosas, plantas aquosas.

Cães a latir e árvores a plantar magias sem fim.

Ruas iguais, quais sensações como tais.

E novos palcos e mil cantares fetais.

Trazida de longe, tátil e Ana, vive apenas a querer mais.

Que os deuses da África a mostrem feito mágica.

Zé Geraldo

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