domingo, 25 de agosto de 2024

Música pra viagem

 Por Edmilson Siqueira

 
Tem música pra tudo. Há uns dez anos, ou mais, ganhamos de presente um CD de uma amiga da Zezé que morava em Santa Barbara (assim mesmo, sem acento, porque fica na Califórnia). Ela veio visitar a família por aqui e deu uma passada em casa, para rever a amiga e entregar a "lembrancinha".
O CD é uma coletânea pop om algumas pretensões de rock: "Song for the Open Road". "Música pra viagem" numa tradução livre. Claro que a capa sugere um carrão conversível com uma loirinha de cabelos esvoaçantes e ainda há fotos internas de uma velha bomba de gasolina meio enferrujada, um pedaço do mapa do centro dos EUA e, na contracapa, a foto de um asfalto que se perde no infinito, tudo sugerindo the long way from home.
O CD é de 2004 e acho que não foi lançado por aqui, pois só encontrei o importado na internet. Mas é barato.
O detalhe mis importante disso tudo é que a seleção é muito boa. Claro que são músicas que já fizeram sucesso em tempos mais ou menos recentes e, a gosto de programador, podem servir de fundo musical, um bom fundo musical, claro, para encarar uma estrada sem fim, tipo Rota 66, lá nos States, ou uma BR 101 por aqui, que vai de Recife a Porto Alegre.
Evidentemente só o CD não dá nem pro começo da viagem. Mas o tipo de música nele inserido ajuda a sugerir outras mais ou menos parecidas para o tempo passar de modo agradável enquanto os pneus comem o asfalto infinito.
A seleção abre com "Brown Eyed Girl", do grande Von Morrison. É rock, sem dúvida, que fala da saudade de uma garota de olhos castanhos, of course, e que ajuda a enfrentar os primeiros quilômetros.  
A segunda faixa é de uma banda chamada Stealers Wheel. O Google me informa que foi uma banda escocesa de folk rock/rock formada em 1972 em Paisley, Escócia, pelos ex-colegas de escola Joe Egan e Gerry Rafferty. Seu hit mais conhecido é "Stuck in the Middle with You". Pois é exatamente essa música que foi escolhida para a viagem. Um roquinho gostoso de ouvir.
A terceira faixa é para quem já estava querendo um hit para melhorar a paisagem. Eis que entra Elton John com seu piano travestido de "Rocket Man". O refrão, que começa com "And I think it's gonna be a long, long, time..." ajuda a lembrar quanto asfalto ainda resta e, quem sabe, animar ao cantar a gostosa melodia que Elton sempre soube tirar de suas inspirações mais variadas. 
Depois de escoceses e um inglês, um rock que louva Alabama serve para voltar ao chão da Route 66. Trata-se de Lynyurd Skynyrd cantando "Sweet Home Alabama". Eu posso não conhecer a banda, mas são bons, a música é boa e eles já venderam mais de 50 milhões de discos. Um desastre de avião desfez a banda em 1977, mas outros músicos se juntaram aos que sobraram e, em 1987, voltaram com tudo. Tanto que estão até no Hall da Fama do Rock And Roll. 


A faixa seguinte viaja para o Canadá para trazer a Bachman-Turner Overdrive, com um de seus hits, "Take Care of Business". Mas a banda tem muitos sucessos e chegou até a primeiros lugares nas paradas dos EUA e do Canadá. A música é um dos seus hits e, garanto, é boa de seu ouvir.
The Bellamy Brothers, uma dupla country da Flórida, surge na sexta faixa com uma canção mais suave, "Let Your Lov Flow". A dupla é de irmãos mesmo e o sobrenome deles é Bellamy. A música é um dos seus primeiros hits, de 1976 e ajuda bastante a enfrentar a estrada.
A partir da sétima faixa, o produtor acho que resolveu encher de ânimo os viajantes, programando grandes sucessos mundiais do rock e do pop. O primeiro deles, na sétima faixa, é nada menos que "American Pie", de Don McLean, aqui numa versão reduzida, já que o original tem mais de sete minutos. Mas assim mesmo é muito boa.
Depois, outro clássico do rock: "Wild World" de Cat Steven, música que não precisa de comentário algum. Quem nunca ouviu, que trate de ouvir. 
Outro clássico - com qualquer música - entra na nona faixa: Rod Stewart com sua "Maggie May". 
Aí terminam os clássicos e entre um grupo chamado 10CC canta "The Thing We Do For Love". Pra quem não sabe, o grupo é britânico e já gravou, desde 1976, dez discos de estúdio e oito ao vivo. A música é bem rock inglês dos anos 1970, agradável e que dá vontade de cantar junto. 
Dobie Gray se incube da faixa número 11, a famosa "Drift Way" que Mick Jagger gravou com David Bowie. Dobie não fica atrás das duas estrelas do rock, mas canta um pouco mais comedido (obviamente), o que não estraga o resultado.
"Show me the Way", caso você esteja meio perdido na estrada, é a décima-segunda faixa, com Peter Frampton que, com certeza, ajudará você a encontrar o caminho com esse que foi um de seus maiores sucessos.
A faixa 13 é de outra banda canadense que fez sucesso no hemisfério norte nos anos 70 e 80: Five Man Electrical Band. Eles cantam "Signs", um sucesso exatamente de 1971.
Por fim, Jim Croce, encerra os trabalhos com a agitada "Bad Bad Leroy Brown", um de seus poucos sucessos, pois, infelizmente, ele e sua banda sofreram um acidente aéreo fatal em 1973. Mas, apesar da nota triste, a música é pra cima e ajuda a melhorar o clima.


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