terça-feira, 6 de junho de 2023

No taco da (Fernanda) Takai

 Por Ronaldo Faria


 

Cancioneiro sem canção, vaticínio sem vastidão, saudade sem solidão. Universo entre o fim e o verso. Verborragia em reverso. Limite da imensidão. Sortilégio de um camaleão. Tudo a se esvair sem razão. No vão entre duas vidas, a visão de um quaternário saber.

Amor sem cacófatos e iluminações, um transbordar e bordar de emoções. Entre a vontade de desaparecer e continuar a ser. Lâmpada a esquentar o voo da mariposa que pousa para morrer. Na ilusão, varre-se o frágil momento que chega na unção da canção.

Indulgente indigente que na calada da noite ensurdecedora doura a pele com os raios que descem dos faróis. Na chegada do escurecer, um revoar de pássaros e corujas que povoam o imbróglio que há entre a paixão e a parcimônia que habita toda a solidão.

Despretensiosa e ciosa roupagem da gente, que transmuta a certeza de que há amplitude na separação que junta e desune, no sentimento que perpetua e atenua a certeza incerta e presta. No universo que corre sem dono, ainda toca longe em gramofone.


Zé Geraldo

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