Por Ronaldo Faria
A vida é uma brincadeira
efêmera e etérea como a fêmea a parir seu inferno que jorrou em sangue e
placenta na urgência que a chegada da nova vida dá. E voou, revoou, fez revoada
e louvor. Passeou entre trilhas, caminhou em andrajos, fez-se pedaço de terra
esturricada e inclemente, trouxe cheiros rotineiros e bem-vindos, todos
ouvintes de um mistério que nem nós mesmos sabemos qual ser ou mesmo o que será.
Na mesa que nunca foi farta, a fátua certeza que o universo de versos não dá. Na solidão que a imensidão faz parecer finitude em inócuo desamor, uma estrada de pássaros que não cantam, cigarras mudas, mútuas brincadeiras sem meninos e meninas, num mundo onde as cores esqueceram o que é primário ou secundário. Na sanfona, o antônimo que o anônimo tresloucado e apaixonado não sabe se faz ou refaz.
Ter que fechar a janela ínfima do cheiro da noite para que o inseto de asas e corpo imensos não se bata e morra à luz artificial, uma fantasia que luta contra a insanidade que a idade traz. Voltar, nada volta, mesmo que em volteios e sortilégios egrégios que a loucura traz. Agora é fugir do mau agouro que na lucidez sempre se faz.
Raízes do Nordeste que o pior cabra da peste perfaz. Apenas a saudade de um menino que, em desatino, descobriu no sertão que o senão é melhor do que o portão eletrônico e afônico a anteceder a ilusão. No carro carregado por bois que deixaram de morrer para sofrer, cancelas e selas a esquentar o corpo de cheiro bom suado.
A brincar de sobreviver, a parca felicidade que a idade deixa transparecer. Quem sabe um ser se fará. No lugar que a mandioca vira farinha que se come sem dó, o tacho está cheio de esperanças nunca chegadas. A chegança da realidade é apenas mera mentira. Não caberá a nós, meros e mortais, saber a verdade de nada ser.
Incrédula célula que um dia
irá se transmutar e matar a pouca vida que há, quem te mandou nesses corpos
viajar? Quem te fez refém de outro mundo que sempre foi infindo e surdo às
maldades do mundo? Quem te introduziu e te omitiu da saudade sem maldade que o
louco sonhava ser verdade? Na ilusão de nada saber sobre este ser que nunca
fomos, dicotômicos e encefálicos (fálicos quiçá), viramos espelhos de nós mesmos
à espera de um dia morrer. Na essência do nada nadaremos no oceano que inexiste
por tão seco de emoções ser.
Na mesa que nunca foi farta, a fátua certeza que o universo de versos não dá. Na solidão que a imensidão faz parecer finitude em inócuo desamor, uma estrada de pássaros que não cantam, cigarras mudas, mútuas brincadeiras sem meninos e meninas, num mundo onde as cores esqueceram o que é primário ou secundário. Na sanfona, o antônimo que o anônimo tresloucado e apaixonado não sabe se faz ou refaz.
Ter que fechar a janela ínfima do cheiro da noite para que o inseto de asas e corpo imensos não se bata e morra à luz artificial, uma fantasia que luta contra a insanidade que a idade traz. Voltar, nada volta, mesmo que em volteios e sortilégios egrégios que a loucura traz. Agora é fugir do mau agouro que na lucidez sempre se faz.
Raízes do Nordeste que o pior cabra da peste perfaz. Apenas a saudade de um menino que, em desatino, descobriu no sertão que o senão é melhor do que o portão eletrônico e afônico a anteceder a ilusão. No carro carregado por bois que deixaram de morrer para sofrer, cancelas e selas a esquentar o corpo de cheiro bom suado.
A brincar de sobreviver, a parca felicidade que a idade deixa transparecer. Quem sabe um ser se fará. No lugar que a mandioca vira farinha que se come sem dó, o tacho está cheio de esperanças nunca chegadas. A chegança da realidade é apenas mera mentira. Não caberá a nós, meros e mortais, saber a verdade de nada ser.
II
III