Por Ronaldo Faria
Imaginação em ação. De onde
virão essas sílabas, essas palavras, essas frases parafraseadas num corpo que
sabe sequer o que é? Entre perguntas e prenúncios ciosos de ter respostas
óbvias, ficam a dúvida, a dívida com a eternidade, a eterna saudade de um
voltar sem rever. Talvez uma vadia e tardia elegia dos cheiros de um mar ao
sul, banal e fatal, quase fetal, a virar segundos infinitos e mortais, tais e
quais.
Na celeuma que há entre o falso cadafalso e o falsete do cantor, o ator que há em si pede para a cortina nunca descortinar o que não se fará. Não esqueça também que uma lata treme de frio à espera de um corpo, internamente, para se fazer esquentar. Um dia isso não mais acontecerá. Se oriente, rapaz... a tal de paz pranteia mil desejos e ensejos, mas, creia, ela não sabe sequer em que porto poderá se aportar.