Por Ronaldo Faria
As frases. De onde surgirão as
frases, como fossem sentenças embaralhadas pelos óculos errado? Ou, senão, como
fossem ósculos perdidos na insana e doidivanas saga do amor.
De onde virão feito vendaval
em sofreguidão? Sairão do desejo e do ensejo de que seremos donos de nós mesmos
ou apenas são brinquedo feito chalana a correr no rio vazio?
E as sílabas? Sibilarão em
cobras com vontade de picar a primeira sombra que vier com o luar ou irão fugir
com o rabo entre as inexistentes pernas para o fundo de terra que der?
Nunca saberemos. Certamente
não nós a quem foi dado o destrato de tratar rimas como fossem ruínas de um
texto que se trata de saudades e maldades que a vida nos dá.
Por isso somos apenas um
limiar que há de lumiar entre a luz e o negror da própria dor. Nos goles que
dão a mansidão da imensidão e se tornam prolixos em inerte servidão.
E surgem parafraseados
entremeados de letras mesmo que quase nulas para iletrados. E assim vamos a
correr nas estradas de São João da Freguesia, sem saber se haverá sangria.