Por Ronaldo Faria
-- Como eu vim parar aqui?
Serei eu um anjo, o demônio ou meu próprio veneno?
O homem se pergunta e assunta
sobre um ser qualquer. Se pensa morto ou à morte de uma mulher. Ser simplório a
comer sopa de colher. Ao que der e vier...
-- Como eu fui chegar aqui?
Serei eu uma metamorfose, uma coisa fóbica, a ilusão?
O poeta se questiona entre ser
humano ou linfoma. Se descrê no invólucro que há entre o desespero e o lucro. Oculto
de ser si mesmo, ensimesmado se dá...
-- Como eu nunca mais durmo? Serei
eu lobisomem que acorda a cada pesadelo que a falta de zelo faz surgir?
O esteta de si mesmo eterniza a inglória fórmula da felicidade no cantar febril. Um dia, quando não houver mais dia, o sono eterno há de sentenciar sua finda sina...