sábado, 31 de dezembro de 2022

Feliz 2023...

 Por Ronaldo Faria


E lá se vai mais um ano. Lá se vão 365 dias rápidos, lépidos e quiçá, até, faceiros. Tempos de penumbras, trevas, trovas incautas, saudades mil, como beijos que não se fizeram molhados, retardados e retraídos como num cinema. Tudo à espera de algo se sabe lá o quê. E lá se vai mais um ano, desses que se esvaem desde que Nostradamus errou sua profecia. Um dia. Mais um dia. Outro novo dia. Como uma diáspora. Algo perdido entre uma esquina e outra, uma sina ou outra. Outrora seria apenas saudade do que foi e saudações pelo que ainda virá. Mas, o que há ou haverá? Saber-se-á... Talvez um final demente, desses que a vida nos devolve como semente. Senão, uma verdade que mente. Que se desmente a cada segundo que fica sempre para trás. Algo que ao algo apraz. Metástase de um tempo qualquer, para aquilo que vier. Senão, seja o que for e quiser. Num tanto faz ou se fez, faça-se aquiescência e frio, febris tormentos ou tormentas ao vento. Na ponta da navalha, qualquer lado vale estar sobre o fio. Entre esquinas e sinas, sinônimos do aquém, vamos a caminhar num delinear que se desfaz na desfaçatez que cobre rosto e resto para o porém do depois do amor, mínimo, maximizado no descompor de solidões e paixões que cabem num quadrado de uma cama qualquer. Na fé em descalabro o que há entre o inferno e o que de perdido se fez achado. Na ponta do machado, o alvo. E assim continuamos a viver: sínteses de luas que brilham, sóis que aquecem e chuvas que desaguam entre uma nuvem e a próxima canção.

Zé Geraldo

 Por Ronaldo Faria A viola viola o sonho do sonhador como se fosse certo invadir os dias da dádiva que devia alegria para a orgia primeira...