sexta-feira, 9 de agosto de 2024

A cor dos cheiros, no samba

 Por Ronaldo Faria


Incenso de rosas amarelas para Exu Bará a queimar e exalar. Odor de dor e esperança. Afinal, abaixo do quadrilátero que existe entre a lucidez e a loucura, pouco há ou haverá Talvez um axé calado e exalado dos poros que suam ebó e marafo. Nos portos perdidos de Angola, Maria Conga dava ao menino os ensinamentos certos para desbravar o coração da índia que dançava linda no salão.
José, rapa de um tacho cheio de pormenores e tristezas, como se a vida pedisse perdão permanente na mente, ao menos estava em encontro consigo mesmo, na mata que escondia a cachoeira que desce em cascatinhas da pedra que existe há milhares de anos. E foi o beijo primeiro, a língua enroscada, a fábula desnaturada de amor desvairado no telefone que pedia linha para discar.
Incenso a se desdobrar em voláteis texturas de crendices etéreas e efêmeras saudades. Num ônibus qualquer o motorista exorciza seus medos a correr quilômetros em efemérides do tempo que o Rei mandou e a vida parecia não ter desamor. Na memória, a eufórica tragédia que a ilusão guardou para se fazer blasfêmia. Na ilusão da felicidade, a iniquidade daquilo que o nevoeiro escondeu.

Zé dá o Tom final

 Por Ronaldo Faria “Em quantos mililitros parar? Não enquanto existir espaço vago e vazio nalgum lugar e banheiro altaneiro em rota segura n...