sábado, 23 de abril de 2022

Ao Vander Lee

 Por Ronaldo Faria

Píncaros sem glória. Pouco ou nada da história. Histriônicas verdades em ilusórias inverdades. Vazios de um antes e outro depois. Aos déspotas, um pequeno e ateu amém. Aos carros e aviões, meras poesias ou canções. Quem sabe um pouco de paz. Um triscar de dedos no copo que quase cai. Senão, uma ladeira que sobe e desce no início e fim da viela. Talvez uma cabrocha a rodar para o amante brocha. Na brincadeira, passado não serve de passarela. No canto, um passista come pão com mortadela. 

Cataclismos ínfimos e fátuos. Falácias ágrafas e frágeis. Fatídicos istmos e rios a correrem, sem descobrir que logo à frente existe um mar. Na magia de chegar e catar, um incongruente a arfar. No tempo atrás, candeeiros que sopram de qualquer lugar. Um passo na areia quente que se desvanece e arrefece ao simplório ser não ou ser sim. Na capadócia, vestes travestidas de canção. No Méier, caminho para Ipanema, rompido de festas nunca encerradas para uma paixão, crivadas de antemão.

Vinhos cheios de taças e rolhas. Ruminantes bois e vacas a comerem sua própria orgia altaneira. Quiçá um bezerro a chorar a fome derradeira. Senão, o vaqueiro a correr conta o tempo para ver a si mesmo, a esmo. Talvez um caminhoneiro que percorre os caminhos sem fim do seu coração. Ao longe, a beata termina sua oração. Num canto pequeno, vazio de sonhos e orgasmos, românticos olham sob os vazios quânticos. Na inverídica verdade, urge a madrugada para que se faça, logo mais, outra tarde.

Zé Geraldo

 Por Ronaldo Faria A viola viola o sonho do sonhador como se fosse certo invadir os dias da dádiva que devia alegria para a orgia primeira...