sábado, 2 de setembro de 2023

Na Discoteca do Chacrinha

Por Ronaldo Faria 


Na estrada do estrado do destino jogado no chão um fuscão preto corre no poeirão da vida. Poucas curvas turvas fazem a moça virar do avesso para amar. Quem sabe um vazio entre o vazio e descalabro do vazio se faça um rio que traz Um pouco de Wando e se perder. Um copo de cerveja no chão, porque não... Talvez uma música brega, para uma cândida Cândida inebriada de uma ingrata que, sobremaneira, se faz faceira para um, quem sabe, próximo alvorecer? Poxa, como um poeta louco te procuro no obscuro limiar entre a razão e a loucura. Mas tal limiar existirá? Quem poderá em algum momento saber? No alento que não há, sou só recordações e embriagadas razões. Sei, porém, que a noite vai chegar. Aliás, faz tempo que chegou. Um grilo na cuca, talvez, permanecerá. Creia, minha verdade sem verdades, ele nunca nos deixou. Assim, caminhemos a achar que a vida é mais linda. Meu coração é uma bomba atômica. Como diria o Waldick, “eu não sou cachorro não”. Ou talvez, quem sabe, pudesse sê-lo. Como uma pequenina do meu amor em manhãs de setembro. “Não se vá”. Agora, no interstício da loucura criativa e da caretice diária, no passado dos idos de muitas décadas atrás, tanto faz como tanto fez. Na verdade, Chacrinha há muito já mostrou que o Brasil nos seus rincões é brega, tradicionalista e que não quer mudar. É aceitar ou não. Criar teses fantásticas, popularizar eméritos pensadores que não curtem, como eu, suas dores, nada farão para a essência da ciência mudar. E não adianta Odair José querer nos tirar deste lugar. Infelizmente, creiam, de lá (daqui) nunca sairemos. Afinal, queremos ou não bacalhau? Quem sabe um rebolado da Gretchen não nos devolva a vulva ou a bunda que tanto ansiamos? Quem poderá desejar? Há desejos nesse mundo de tela de celular? Quem poderá responder? Eu não sei. Nos alforjes que um burro sertanejo carrega, “freak le bom bom”, ou bumbum. Só sei que como diria Paulo Diniz, “quero voltar pra Bahia”. Aliás, o que João Fontes, que é nome de fórum em Sergipe, foi fazer no Rio? Saber-se-á. Na capital federal de então a vida, ávida de vida, foi melhor? Quem não arrisca não petisca. Logo, sigamos na pista. Severina Xique-Xique não deixe que olhem a sua boutique. A sua e nossa carta de alforria chegaram ou ainda chegarão, mesmo que tardias... Nas minhas lembranças de infância um enxame de abelhas africanas ainda passa zumbindo sobre o menino que se jogou na grama da fazenda que ensinou a criança a viver.

Zé Geraldo

 Por Ronaldo Faria A viola viola o sonho do sonhador como se fosse certo invadir os dias da dádiva que devia alegria para a orgia primeira...