Por Ronaldo Faria
Vem meu anjo ou santo da poesia e letras, acordes e alforjes do passado, e me tragam do que falar ou vociferar. A ouvir um perdido Em cantos e poesia volto à minha tese de que Pernambuco é, sem dúvidas, o maior berço musical do Brasil.
E o tempo? O que é? Tão rápido
e inócuo, desses que vem e voltam em invólucros que nunca saberemos, é somente um
parágrafo ágrafo num turbilhão de letras e sílabas, balbuciadas e expostas em
postas de carne viva e viúva numa esquina qualquer.
Talvez uma filigrana de
emoção, uma inaudita razão sem amores em cisão. Quem sabe a calada e tardia
madrugada que se expõe, os corpos que latejam em ilusões. Às açucenas ou
falenas, a certeza de que inebriantes canções se abraçarão na noite.
A sentir o sabor das ruas de
Olinda, dos seus casarios e ladeiras nos tambores da madrugada, da dança descoordenada,
a incerteza profética de que o fel pode dar mel. Do vinho à cevada, a certeza
de que no mundo, inócuo, há fantasmas e também fadas.