terça-feira, 20 de agosto de 2024

Tony Bennett já era bom há 65 anos

 Por Edmilson Siqueira


Há cerca de um ano morria, em Nova York, Anthony Dominick Benedetto, mais conhecido como Tony Bennett, aliás, mundialmente conhecido como Tony Bennett, um dos maiores cantores que já passou por esse planeta, com uma carreira irretocável por mais de 70 anos. 
Seus grandes sucessos são bastante conhecidos pelo mundo afora. O que talvez poucos saibam hoje, é que ele sempre foi muito bom. Aos 25 anos, em 1951, teve seu primeiro disco alcançando o topo das paradas norte-americanas: "Because Of You" ficou dez semanas na parada e vendeu 1 milhão de cópias.
Seu estilo então é o mesmo que levou ela vida toda: canções pop e muito jazz. E não era fácil despontar como um grande cantor naquela época. Seu maior concorrente era ninguém menos que Frank Sinatra. Tony, porém, tinha estilo próprio e gravou vários tops hits como “Rags to Riches”, no início dos anos 1950. Em seguida, refinou ainda mais a sua técnica vocal para abranger jazz singing. Ele chegou a um apogeu artístico no final dos anos 1950 com álbuns como “The Beat of My Heart“ e “Basie/Bennett - Count Basie And His Orchestra Swings/Tony Bennett Sings". 
E, para não dizer que não falei do seu megassucesso, em 1962, Bennett gravou sua canção mais famosa, “I Left My Heart in San Francisco”, música de George Cory com letra de Douglass Cross, que até hoje é programada em todas as estações de jazz do mundo inteiro.  
Mas é o citado acima, que ele gravou com a Orquestra de Count Basie, que estou ouvindo agora e posso garantir que se fosse gravado hoje não seria muito diferente. Excelente gravação de um grande cantor com uma orquestra espetacular. Tão espetacular que Count Basie gravou dezenas de discos somente com sua orquestra e com ela viajou pelo mundo. 
Um disco gravado nos dias 3 a 5 de janeiro de 1959 nos estúdios da Capitol em Nova York mantém, 65 anos depois, toda a qualidade sonora mercê a qualidade dos envolvidos.   
Na sua autobiografia, "The Good Life", Tonny Bennett relembra essa gravação: "Embora eu tenha falado com ele por telefone, não conheci Count Basie até que nossos ensaios começaram. Foi uma experiência incrível, a realização de um sonho, e nunca vou esquecer. Nós nos demos bem imediatamente, como se sempre nos conhecêssemos e nos entendêssemos. Em um momento, Basie se virou para sua banda, apontou para mim e disse: ‘Tudo o que esse homem quer, ele consegue!’ Fiquei chocado."
E só poderia ter sido num clima muito bom que tudo aconteceu. Em 12 faixas, os dois demonstram que nasceram para a música e, com ela, não apenas viveram suas vidas, enriqueceram e, com certeza, foram felizes, mas também proporcionariam a milhões de ouvintes o prazer de ouvir sempre um ótimo trabalho.


As doze faixas do disco são as seguintes:
1 - Life is a Song (Ahlert - Ypung)
2 - "With Plenty of Moneys and You" (Dubin - Warren)
3 - Jeepers Creepers  (Warren - Mercer)
4 - Are You Have any Fun (Fain - Yellen)
5 - Anything Goes (Cole Porter)
6 - Strike Up the Band (G & I Gershwin)
7 - Chicago (Fred Fisher)
8 - I"ve Grown Accustomed to her Face (Lerner - Loewe)
9 - Poor Little Rich Girl (Noel Coward)
10 - Growing Pains (Schwartz - Fields)
11 - I Guess I'll Have to Change my Plans (Dietz - Schwartz)
12 - After Supper (Neil Hefti)
O CD está à venda nos bons sites do ramo e pode ser ouvido na íntegra em https://www.youtube.com/watch?v=GsxHUyGOXi4 

Zé dá o Tom final

 Por Ronaldo Faria “Em quantos mililitros parar? Não enquanto existir espaço vago e vazio nalgum lugar e banheiro altaneiro em rota segura n...