quarta-feira, 22 de março de 2023

Anos 70, de Caetano

Por Ronaldo Faria


Anos 70, de profícuas ideias e aneurismas iniciais, saber-se-ão fatais e letais na trajetória de cada um. Até que o embrião saia da vagina materna e se resguarde na angina que espera logo ali em frente, defronte do coração. Na ação o menino que canta Caetano para baianos que vivem entre lampiões e a seca do Nordeste que habita entre o oeste e o norte, à beira da morte, deflorado e lembrado no seu sincero amor. Se tiverem sorte terão sobrevivido ao azul de um mar nunca visto, antevisto no marrom das queimadas e da estiagem que leva a lugar nenhum. Quem sabe um telefone que se roda com os dedos à espera de um sinal – 2398515. Talvez a incerteza da Guanabara que inexiste há décadas, jogada ao léu entre a montanha e o céu, o mar e o véu da viúva que descansa nos arcos da Lapa sob a lupa que a lampreia vê no mar. Senão, o anão que percorre o corre que o morro dá para o asfalto seguir. No ensejo do poema, o fonema certo, o membro ereto, o desconcerto do deletério. Logo mais, no atroz desconcentrado e atávico desconectado da vida, o ávido desejo de querer ver o que a frente, fugidia da vida, ainda pode, como leviandade, dar

Zé Geraldo

 Por Ronaldo Faria A viola viola o sonho do sonhador como se fosse certo invadir os dias da dádiva que devia alegria para a orgia primeira...