terça-feira, 16 de agosto de 2022

A era de ouro do swing

Por Edmilson Siqueira 

Quando o CD se notabilizou como substituto definitivo dos LPs e fitas cassetes, começaram a surgir os que as gravadoras consideraram filões de vendas: as coletâneas dos mais variados tipos. Num só disco era possível colocar mais de uma hora de gravações e as gravadoras tinham milhões de músicas arquivadas, que até poderiam virar coletâneas nos LPs, mas esses tinham uma limitação entre 30 e 35 minutos e produção mais cara, não só pelo material, mas também pelas capas e pelos plásticos que, muitas vezes, os envolviam.  


Pois com os CDs era possível produzir mais rápido e com um custo menor. Com isso, várias coleções começaram a surgir. Tenho vários CDS oriundos dessas coleções com coletâneas sensacionais. Um desses CDs tem por título "One O'Clock Jump" e faz parte da coleção Jazzterday, com 20 faixas e exatos 61 minutos e 8 segundos de gravações. Nas faixas, "20 Original Big Bands" como diz o subtítulo da capa. E são big bands mesmo dos anos 1930 e 1940 nos Estados Unidos, ou seja, a era de ouro do swing que as grandes orquestras de jazz souberam tão bem interpretar. 


As orquestras tinham nomes que se referiam aos suas estralas maiores, geralmente o maestro e proprietário da mesma. Eram os chamados "band leaders". E o time nas 20 faixas do CD é daqueles para os quais os amantes do jaz devem prestar toda reverência. 

Senão vejamos: Count Basie, Harry James, Charles Spivak, Les Brown, Claude Thornhill, Artie Shaw, Glen Miller, Tommy Dorsey, Stan Kenton, Benny Goodman, Andy Kirk, Glen Gray, Woody Herman e Sammy Kaye. São 14 nomes cuja maioria está entre os ícones dessa era e que interpretam clássicos consagrados ou outras músicas que eles tornaram clássicos. Além da magnífica interpretação com aquele som característico das big band norte-americanas de jazz da era do swing, algumas músicas têm cantores que eram os "crooners".  Frank Sinatra começou como crooner de algumnas orquestras, até se firmar como o melhor cantor dos EUA por muito tempo. 


Count Basie abre os trabalhos com a faixa que dá título ao disco: "One O'Clock Jump", seguido de Harry James com "Between The Devil And The Deep". Charles Spival vem com "Mean To Me" e a seguir Les Brown toca "I"ve Got My Love To Keep Me Warm.  


A quinta faixa é "Sometimes I"m Happy", com Claude Thornhill. Já a sexta é um clássico: "Frenesi", aqui interpretada por Artie Shaw. O grande e desaparecido prematuramente Glen Miller toca "Fool Rush", seguido de Tommy Dorsen com "Boogie Woogie". "Two Moose In A Caboose" é a faixa seguinte, com Stan Kenton.  


A décima faixa nos traz Benny Goodman numa música chamada "Cristopher Columbus" (sim, o navegante que descobriu a América) e a décima primeira está nas mãos de Andy Kirk: "Boo Wah Boo Wah".  


Em seguida é a vez do lendário Duke Ellington apresentar "How High The Moon". Seu xará, Glen Gray vem a seguir com "Maybe". Glen Miller volta a nos dar prazer com "Yes, My Darling Daughter". Jimmy Dorsey aparece com "Speak Low" e Woody Herman com "Apple Honey".  


"A Paper Moon", com Sammy Daves, "I'LL Be Seeing You, com Tommy Dorsey, "Don't Sit Under The Apple Tree", com Glen Miller e After You've Gone com Glen Gray são as quatro últimas faixas de um disco que entrega totalmente o que tem em sua capa: grandes orquestras, grandes músicas e excelentes interpretações.  


Eu não encontrei o CD para ser ouvido na rede, mas ele está à venda no Mercado Livre por 30 reais. 

Zé Geraldo

 Por Ronaldo Faria A viola viola o sonho do sonhador como se fosse certo invadir os dias da dádiva que devia alegria para a orgia primeira...