quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Um disco chamado Gandaiá Brasilusões

Por Edmilson Siqueira 

Durante um bom tempo, a cidade de Campinas atraiu grande número de músicos, quer para tocar na Orquestra Sinfônica que, nos tempos do maestro Benito Juarez ganhou fama nacional, quer pelo curso de Música da Unicamp, um dos melhores do país. Ali, além dos professores que acabaram se infiltrando na cena campineira, mas também por muitos alunos que começaram a ganhar a vida como músicos nos bares e casas noturnas da cidade. E todos com grande qualidade.  

  

Um desses músicos é Marcelo Falleiros músicos que lançou um CD naqueles "anos dourados" da cidade. Tratava-se de um jovem e talentoso (o talento ainda existe, claro) violonista que se arriscava também no campo da composição. E sua arte se enquadrava perfeitamente no quesito qualidade que o público campineiro exigia da música ao vivo dos bares. Só que no disco seu talento ultrapassa – e muito – o banquinho e o violão do boteco. À época ele se apresentava no Deck Sousas, fazendo estripulias ao violão, junto com seu amigo e grande clarinete Anderson Alves. 

 

O CD tem um gosto de regionalismo e modernidade, muito do Nordeste e um pouco do Sul, aquela mistura de ritmos e harmonias que deixa gringo doido por não entender como cabe tanta diversidade na cabeça de um só povo.  

  

O nome do trabalho é Gandaiá Brasilusões e não fica devendo nada a qualquer bom lançamento que a MPB tenha registrado esse ano. O repertório, dividido entre o próprio Marcelo e Luiz Canoas (as composições são de um ou de outro e uma delas é dos dois juntos) é formado por 13 músicas. No CD Marcelo toca violão, guitarra, guitarra baiana, cavaquinho, viola caipira e canta. Seu parceiro Luiz canta também em 6 faixas, além de tocar trombone e congas.  

  

Enfim, um CD independente que eu nem sei onde estão vendendo se é que ainda está à venda. Mas se você encontrar por aí, não titubeie: estará levando para casa quase uma hora de música popular brasileira da mais alta qualidade. 

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