segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Caetano e Gil

 Por Ronaldo Faria

 


Aborígenes de uma terra perdida, fodida, ardida, maldita, mal vista, quase fascista. Paralelepípedos de uma estrada inaudita onde ninguém passa ou sequer crê que haja saída. Forasteiros em fortuitos e quase poemas, quiçá mero fonema perdido, são a barbárie da solidão e da servidão. Senão, como diria o poeta, meros araçás e bananeiras. No universo que o verso traz, transverso epicentro do maculelê. Na fresta do sol que resta, a retidão da poesia se acomete de minúsculas letras para virar algo factível. Certamente, o primeiro hominídeo terá dito em rima seu amor à amada que não entendia, porém, nada além da noite tardia. Hoje, quase mesmo e assim igual, em assimétricas e estéticas práticas, um pedaço de Méier e outro do Leblon se juntam a humanizar a saudade tardia.
Veganos no mar de sangue que escoa pelos bueiros das ruas vilipendiadas e navegantes bastardos e afogados em turbilhões de emoções e unções, surgem os salvadores da pátria apátrida, partida em poucos pedaços de corpos triturados e calcinados, esperanças vivas e viúvas de mantras forjados ao acaso. Neste caso, os prazeres têm cheiro de bosta e jasmim, a depender dos narizes e do jeito carmim. No entremeio que o veio não traz ouro, o absorto aborto do bem-querer. Talvez uma lua tímida, a ferir as nuvens que não se fizeram de chuva úmida, a tez brejeira da mulher derradeira, a fome que o mundo nunca saciará de sorver. O sofrer é quimera e espera de esperança morrer. Nos passos derradeiros, o coito salvador que a realidade, maledicente, chama de soberba e estrupício.

Zé dá o Tom final

 Por Ronaldo Faria “Em quantos mililitros parar? Não enquanto existir espaço vago e vazio nalgum lugar e banheiro altaneiro em rota segura n...