sexta-feira, 29 de abril de 2022

Ao Flávio Venturini

 Por Ronaldo Faria

Coisa de dedilhar e ficar no pandemônio que existe entre o início e o fim. Talvez um tempo extemporâneo ou coisa volátil qualquer. Segundos de ver alguém a fumar e depois vê-la morrer. E tudo segue normal como se nada fosse frigir. No ribeirão da iniquidade de ser, a premente canção do porvir. O descrer de uma chaminé que já não há. Volúpias de voltar a ser. Parcimônias de um ser franzino onde a paisagem parece não crer. Brincadeira de acalantos e prantos tão demasiados que o mundo parece não lhes dar cânticos. Nos cantos de um escuro qualquer haverá um Papai Noel a tentar, sem conseguir, descer. E fuligens cairão da chaminé como fossem um grão de pó. Narizes irão cheirar féculas brancas de loucura. Ares de maresia irão margear impróprios falsetes que tornearão o tempo que ainda se vai viver. No calor de cada corpo, o trocar de paixões em tudo. Ao clímax de algo, o ultrajante querer daquilo que se sonhou.   

Zé Geraldo

 Por Ronaldo Faria A viola viola o sonho do sonhador como se fosse certo invadir os dias da dádiva que devia alegria para a orgia primeira...