Por Ronaldo Faria
Quirelas de paixões transmutadas em suores e odores calcinados na chama do fim. Pedaço de luares vazios e diminutos, longe da luz cheia de um corpo celeste que morre ou nasce ao leste. Quem saberá? No frigir de óvulos no asfalto em salto alto, canta o solitário sabiá.
Pedaços de esperanças nas
ancas que se vestem e se despem na ausência ou na anuência do amante. Canibais
de si mesmos, dois corpos volatilizam num espaço inexistente e premente. Quem
ouvirá? Na inexatidão do tesão, voam amores sem nunca pisar num avião.
Minúsculas vertentes de entes queridos, profícuas laqueaduras que se romperam à primeira covardia que pediu piedade. Um tanto de escuridão, outro tanto de dores que se dobram na madrugada. Daqui, arde a dor que se esmera inócua e perdida pelos inúteis cantos e cânticos.