Por Ronaldo Faria
Ser Torquato após um ato
qualquer, de que vale? Talvez o revés de um viés inócuo em solilóquio quieto e
calado. Passagem sem paragem, leve em mim, leviana a se desdobrar em barbáries
e bestiais paráfrases. A levar lavras e frases inexatas, cascatas de suores e
vozes viscerais intermediadas em si. Sinfonias bastardas. Versos insones que
revoam corações voláteis em drones. Na topografia que a grafia desdiz, o ágrafo
desejo de correr entre estradas e perigos. No suor derradeiro que se desdobra
de pingos, o umbigo. Uma língua a se desmilinguir de passeios e asseios entre o
amor e o signo. A quase chegar, um domingo. Na esquina pede comida carcomida o
mesmo mendigo. A vestir a moda passada, um sessentão e seu índigo blues. Sob o
negror da noite, rasgos de muitos azuis. Caminhando entre o passado e o
presente, um ausente aprendiz a comer seus últimos neurônios. Acrônicos,
tardios e cômicos, eles volatilizam o mesmo caminho. Há escaninhos e
descaminhos na biblioteca que o esteta fez.
A Torquato Neto, eu - um poeta em feto. No resto que nunca romperei ao cordão umbilical e fatal. Apenas gracejos ao próximo beijo. Tardio, o descalabro entrelaçado em pele crua...