Por Ronaldo Faria
Trazida de longe. Tátil, Ana.
Riso maroto. Brancos dentes a sorrir. Em mi.
E o Sol dá-se em ré. Haja dó. Nem que
seja lá.
Defronte, o mar se mostra frágil
ponte.
Lá longe, um horizonte.
Um dragão por trás dos montes...
Tragicomédia além da fonte.
Vinda de outras terras, falácias,
falésias e quimeras.
Caranguejos ao dente, feras a dobrar.
E areia molhada a vestir o velho
porvir.
Poetisa que se mimetiza a sorrir.
Embriagada de vento a voar e cerzir.
A costurar presente e futuro,
Entre um acordar e um tanto de dormir.
Filha do tempo, fluminense, baiana e o
que vier por vir.
Ser passageiro, carinho matreiro.
Metro e uns tantos, para lá de
métricos volteios.
E assim vai: sempre de onde veio...
Descobrindo a diferença entre o pão e
o centeio.
Passeando no fio da navalha, no meio.
Tatiana, à tua rocha lapidada, o
veio...
A pular as ondas, passar-se ao tempo,
A descobrir que entre o homem e a
morte há sorrir e lamento.
E panelas saudosas, plantas aquosas.
Cães a latir e árvores a plantar
magias sem fim.
Ruas iguais, quais sensações como
tais.
E novos palcos e mil cantares fetais.
Trazida de longe, tátil e Ana, vive apenas a querer mais.
Que os deuses da África a mostrem feito mágica.