Por Ronaldo Faria
quarta-feira, 1 de março de 2023
Vou resistir, ainda...
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023
Fevereiro ao som de Pink Floyd e Crosby, Stills, Nash e Young
Por Ronaldo Faria
Fevereiro, feverei-se. Chegue devagar, no sapatinho. Sei que passará logo, por ser curto, como a vida de cada um. Mas respeite os limites do tempo fugidio, as têmporas que nunca mais encontrarão os temperos pródigos de cada história que está nas estórias do dia a dia. Os olhos que não repartirão sorrisos e lágrimas nas íris que se embrenharam em lençóis e sóis. Adie a frieza da realidade insana e nos jogue de joguetes no universo do verso nunca escrito. Saiba, de forma sábia, se desvencilhar de desejos que dobram esquinas e se esgueiram em versos sem rimas. Esqueça os dentes que não mais existem, a hesitações das horas programadas, as madrugadas naufragadas e fadadas a se afogarem de saudades sobreviventes ausentes e tardias. Como dois corpos vadios e vazios a correrem entre o escuro que se esconde dos postes e os posts que se enxergam num nada para sempre. Subserviente ao calendário se faça somente fevereiro derradeiro e brejeiro. Aquele que limita em cada segundo o mais profundo perfume dos odores das dores da existência e seja premência na insurgência que doura de pílulas a mais nobre e pobre vigência. Vivencie seus poucos dias em notas dissonantes e orgias. Simplifique e ressignifique incensos vencidos desde setembro de 2017 e que impregnam a noite e os pulmões à espera que não exalem somente uma semente de cheiros que morreram às dezenas e esqueceram de tardar...
sábado, 25 de fevereiro de 2023
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023
Ao Pink Floyd...
Por Ronaldo Faria
Como um semianalfabeto declarado e assumido no linguajar inglês desde os Anos 70 (para não aprender a língua do opressor) pode ser um apaixonado pelo Pink Floyd? Coisas que só a música e a emoção saberão responder. Daqui, como disse o poeta, só sei que nada sei...
terça-feira, 21 de fevereiro de 2023
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023
Para o João Bosco
Por Ronaldo Faria
Tiro e bala para lá e para cá. Manda ver, saravá. Fique de frente para o crime, mas não esqueça que muito ainda tem que ser e outro tanto há de chegar. Para além do Pará, fica aqui e depois de lá. Pega a primeira prostituta que não dorme na labuta. E escuta: em algum lugar deve ter um pássaro a cutucar madeira e cantar. Deixa o corpo e deixe-se levar. Receita segura: madrugada e meia garrafa de uísque a tomar...
Hostilize a morte. Beatifique cada segundo vivido como o seu mais recente passado. Passe diante dos poderosos e diga de peito cheio: “Sou um ignorante e analfabeto, sim! E daí? Vai querer encarar?” Dê a cara para os tapas e esperneie como fosse seu único estertor. Eternize os bons momentos, quando ela estiver contigo, nua, gemendo, ouvindo e vendo. Penetrada e te engolindo de amor e prazer.
Se não souber o que fazer, não faça. Coma Doritos! Siga os ritos e rituais. Cante em duetos e se esconda nos próprios e próximos guetos. Grite! Amplifique o coro dos aflitos. Seja um número a mais, se isso lhe apraz. Aprecie o próximo como um gótico. Saiba onde fumar o derradeiro ópio. Em degredo, descubra a melhor forma de viver o ócio. Mande o síndico tomar no cu. Aos domingos, não se esqueça de orar e introduzir a hóstia.
Invada as madrugadas perdido de si e do mundo. Afinal, não há ninguém mesmo para resgatá-lo, ampará-lo ou escondê-lo entre grandes seios e lábios pequenos. O temor da solidão, saiba antevê-lo. E esconda-o num canto qualquer, esperando chegar a mulher. Se puder, robotize-se. Vire um genoma a ser estudado, um boi a ser castrado, um feto a ser abortado. Mas não espere a morte chegar. Se não puder impedi-la, só de sacanagem antecipe-se a ela. Quem sabe, de saco cheio pela sua traição, ela não te deixe viver!
E cante e dance. Pegue um travesseiro, o mesmo que ela usa nas manhãs de amor, e rodopie pelo minúsculo salão. Sinta o cheiro da amada e não se ressinta da falta da pele. Feche os olhos e, enquanto der e puder, creia que ela logo irá substituir as penas de ganso. Afogue-o, se tiver chance. Chantageie sua emoção. Diga para si mesmo que cinco contra um pode ser uma seleção. Mas, por favor, por tudo o que há de mais sagrado e secreto, derreta, aos domingos, a hóstia na sua boca, mesmo se essa tiver gosto de nada ser.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023
Farofa Carioca
Por Ronaldo Faria
Farofa de onde? Carioca? Que Rio? Que janeiro é esse? Quem nasceu na Zona Norte pode ser considerado da Zona Sul depois de mais anos passados lá? E se o maior amor e primeiro desse tempo foi no subúrbio, seremos suburbanos? Seremos, somos ou fomos? E a fome de vida fica no La Mole ou no Papagaio’s ou num bar perdido na Dias Ferreira, no Méier? Onde reivindicar o endereço final? Há, afinal, um fim? Um lugar a se largar? Um lagar? Uma quitanda fatalista de esquina que vira boteco (bebamos ao medo)? Onde há praia de graça? Onde há a mulherada assumindo o controle da situação? Há como não marcar bobeira geral? Sei lá. Quem saberá? Onde encaixar dois corpos sem ficar de bobeira na pista? Aqui ou acolá? Sei lá... Mas quem saberá? O que parece feio é que é bonito... Daqui vamos a aprender e “viver”. A lucidez é viver? A loucura é apreender? Sabe-se lá ou acolá. Afinal, no final, nosso (meu) sonho é apenas ser lambido pela filha e descobrir que tudo era mero brincar de ser. Mas o que é ser? A cada noite vivo um sonho/real louco e novo, feito ovo a ser esculpido no cu da galinha/rainha da vida. O importante, no fim, é saber de onde é a farofa? Carioca? Eu sou carioca, de nascença, quando a Guanabara era capital federal. Sou e sempre serei. Ou não.
sábado, 11 de fevereiro de 2023
Bee Gees no passado...
Por Ronaldo Faria
Saudade cabe no tempo? O vento em descalabro cabe no tempo? O tempo se mede no tempo de segundos, minutos e horas? Talvez, na memória de cada um, sim. Ou não... Quem saberá? Uns restantes de neurônios parcimoniosos em sua lembrança ainda funcionam? Um resto de crença na sua festança derradeira antes do esquecimento de toda uma vida sobrevive e vive? Saber-se-á. Mas, enquanto algo durar, que sons and songs borbulhem em centilitros e passado na escuridão de luas e loas? Mas existem passado, presente e futuro num só? Existem de verdade ou serão mera mentira de um metaverso qualquer? Seremos nós simples bonecos e fantoches de algo maior a trocar de concha e pele a bel prazer de nosso dono ou apenas seres a não saber de onde viemos, o que somos e até onde iremos? A ouvir Bee Gees nessa madrugada em que mais uma primavera se esvai, não sei agora responder. E com certeza daqui para a frente não saberei. Estou apagando devagar, ainda bem. Deixo a quem chegar ou estiver na sua plenitude que possa responder. Senão, feito poeta revoltado, que o mundo vá se foder!
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023
Chico e Ney
Por Ronaldo Faria
terça-feira, 7 de fevereiro de 2023
Hamilton de Holanda
Por Ronaldo Faria
Dedilhar e tirar do som de cordas e madeira uma emoção sem eira e nem beira, coisa que brinda os ouvidos como mera brincadeira. Talvez uma ilusão, sobremaneira, um sonho de ilusória centelha. Uma versão inverossímil da chegada da inexistente felicidade que escorre à cheia de um rio negro que a vida traz na sua esteira.
-- Achei que morreria hoje e
iria rever minha filha. O braço dormente, o choro latente, a tristeza pungente,
tudo como uma vertente inconsequente que a trema não treme mais. Não foi. À espera
no que sei ainda virá...
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023
Geraldo Azevedo
Por Ronaldo Faria
Só pra dizer que Geraldo Azevedo é muito foda! Mais ainda. Muito além de fodão! Obrigado por ter te conhecido há décadas. Minha "poesia" seria bem menor sem a sua verdadeira poesia.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023
Guinga e Paulo Sérgio Santos
Por Ronaldo Faria
Notas denotadas de sabor
auditivo e pueril revelação de tudo um pouco no pouco tanto que o quase nada
traveste de muito. Quem sabe uma ilusão infinita que roda na madrugada louca de
lua cheia a segurar a fita carmim que sobremaneira permeia a doce brisa que
corre longínqua. Aqui, na pequena parte que o aparte apraz e dá, me solto num
imbróglio de não saber se vale a pena viver ou morrer. Termino cada segundo
como o taciturno palhaço a rir de si mesmo, ensimesmado e a esmo.
Botas cheias de barro de uma
chuva tardia e seca, ensacada na pilhéria etérea que a saudade permeia e doa.
Que dói e corrói. No espernear da música erudita/popular. Feito pipoca que o
feitor joga para os pombos e púberes seres que anseiam o semear de milhos e
moças de pernas faceiras e abertas. Nas feiras fulgentes e dominicais um cais
afasta a fresta da derradeira festa que esconde a cama onde corpos delimitarão
o lugar em que se deve deixar a tristeza e o dormir do depois a ressonar.
Um violão, uma clarineta, um
solfejo soberbo de se esmerar por qualquer lugar. Na lucidez da loucura
sepulcral, o silêncio que irrompe na noite fria que se esfria para receber o
resto de luz solar. Quem sabe a soberba do amor infiel, a loucura da traição em
fel, a ilusória sapiência que a ignorância do amanhã desfaz. No dedo perdido e
bêbado que suja as lentes dos óculos, um pedaço de ósculos nunca dados, traquejos
de suores lavados, gracejos de bocas sujas das línguas que tanto, no entanto, se
cruzaram.
No limiar de arranjos e anjos
tresloucados e calados, palavras infinitas no finito falar definitivo do altivo
bêbado que se faz poeta e presto. Quem sabe um viajante que arfa na geografia
de um corpo que desce no gole que o copo permite e dá. Um infante infame que faz
da fome a rosa que desabrocha entre as coxas desnudas e soltas da amante
infante que volta a cada noite e que desfaz a realidade em pedaços de sono mal
dormido, carcomido de minutos moribundos e brandos do corpo ao lado.
Afinal, tudo passa rápido e,
como um incauto, grandiloquente e demente, temente de cair do trapézio num
picadeiro inexistente, vou a brincar de ninguém. Um arauto e infausto ser a
descer no inferno eterno onde o demônio, solene, nos espera de terno. Assim,
quem sabe, criança e nada ser, me faça vivente numa esfera que a saudade de um tempo
permeie de fugazes saudades e cicatrizes que vêm e vão como um trem fora dos trilhos,
descarrilhado e solto para viver até aonde sua fumaça o levar.
Assim, no torpor que se repete a cada voz e verso, temporão de um tempo que tinha quitanda, luz de lampião e palavra vã, vou transpondo estradas de terra, mares e marés, ondas cheias de espuma densa, rios negros e invasores, senhores de sua fúria a voltear saudades infindas e crenças distintas de algo que a ampulheta da areia de anos e horas verteu. Por fim, no infindo crer que algo poderá haver, vou fluindo na imensidão que a loucura e a ternura ainda me dão. Um dia qualquer me entrego à eterna solidão.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2023
Kleiton e Kledir
Por Ronaldo Faria
“A fonte da saudade nem o tempo vai secar”.
sábado, 28 de janeiro de 2023
As questões inquestionáveis
Por Ronaldo Faria
Dedos, onde dedilhar?
Emile Zola ou Cláudio Zoli?
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