Por Ronaldo Faria
Cheiros, luzes e odores, vapores
e descarregos ao luar minguante, infante e à natureza secular. Quem sabe um
quase inverno entre o paraíso e o aluar. Desses momentos que a gente sabe que
existe entre o que é o real e a realidade. Como um coração, diria o poeta,
ainda batendo dentro do peito. Presto ou afeito às besteiras que eclodem e
explodem em sinergia que diz apenas, às penas, que o momento é afeito ao feito
que um dia poderíamos ter feito no proveito ou aceito. E o tempo nos impediu,
impeliu, implodiu sem sequer perguntar se o melhor foi ou pior será. Do trono
do destino o grão-mestre estava, nessa hora, está a cagar.
E o amante que habita no santo
que desce pensou: “No dançar do forró/festa a que fomos levados, lavados e
enlevados nos corpos de dois num só, na brincadeira intermitente da felicidade
que nos foge entre os dedos e medos de saber que a vida também possa ser algo a
se reverenciar, cravamos nas claves de sol que certamente a mente e instrumentos
sorveram a derradeira felicidade sem maldade ou tempo.” De volta à realidade, na
fragilidade destemperada e temperada do tempo, somente a cruel vista do incenso
queimado e fátuo que sobe sabe-se lá para aonde. Nas ondas que em algum lugar batem,
o ser sou só eu e você.
(Ao grande encontro de Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Elba Ramalho)