domingo, 20 de outubro de 2024

Diana Krall again

Por Edmilson Siqueira

 

Já escrevi sobre alguns CDs de Diana Krall aqui e, se hoje repito a dose, é porque a moça, que já está beirando os sessenta, continua ótima. Foi assim com os dois últimos lançamentos dela, "Love Is Here to Stay" (2018) e "This Dream of You " (2020). E o que me levou a escrever sobre ela de novo, foi o antepenúltimo lançamento, ""Turn Up the Quiet", de 2017.
Apesar da foto da capa do CD não ser lá essas coisas (segundo meu velho e saudoso amigo, Tadeu Costa, "o fotógrafo deixou a moça com um cabeção"), o resto do encarte é bonito e o conteúdo musical é, mais uma vez, coisa finíssima.
Diana Krall, como quem acompanha a carreira da moça já sabe, toca piano desde os quatro anos e, ainda jovem, já tocava e cantava em grupos de jazz em casas noturnas de Nanaimo, uma cidade canadense com menos de 90 mil habitantes, na província de Colúmbia Britânica, onde nasceu.
Sua carreira foi meio meteórica: aos 17 anos, ganhou uma bolsa para estudar no Berklee College Of Music em Boston, Massachusetts. Passado algum tempo, mudou-se para Los Angeles, Califórnia, passando a estudar com Jimmy Rowles, com quem ela começaria a cantar. Em 1990, Krall foi para Nova York, gravando alguns álbuns e finalmente alcançando sucesso internacional. 
Depois foram dezessete discos de carreira, três DVDs (um gravado no Brasil), shows pelo mundo todo e inúmeras participações em discos de diversos astros do jazz.
"Turn Up the Quiet" (algo como "Aumente o Silêncio"), é um disco essencialmente de jazz e seus standards, e nessas águas Diana navega tranquilamente com muita qualidade. Ela mesmo explicou como chegou a esse disco: ""Eu pensei sobre essas músicas por um longo tempo. Estar na companhia de alguns dos meus maiores amigos na música me permitiu contar essas histórias exatamente como eu pretendia. Às vezes você só precisa aumentar o silêncio para ser ouvido um pouco melhor."
Algumas informações da Wikipédia são importantes para se compreender o disco: "Alan Broadbent conduz três faixas no álbum que reúne Krall com Christian McBride e Russell Malone para algumas composições junto com o baterista Jeff Hamilton e o baixista John Clayton Jr., este último creditado junto com Krall em seu álbum de 2005 "Christmas Songs". "Turn Up the Quiet" também marca seu último álbum com seu produtor e amigo de longa data Tommy LiPuma, que morreu em março de 2017. LiPuma trabalhou pela primeira vez com Krall em seu segundo álbum de estúdio, "Only Trust Your Heart" (1995)."
Como se vê, é um álbum mais que especial e seu repertório, todo de clássicos do jazz, reafirma essa característica. E a crítica o recebeu muito bem.
Christopher Loudon do "Jazz Times" declarou: "Tocando e cantando em todas as faixas e reunida com o coprodutor Tommy LiPuma, que morreu semanas antes do lançamento do projeto, Diana Krall está no mais suave dos humores. Ela raramente levanta sua voz acima de um sussurro, seu auto acompanhamento está igualmente contido. Até mesmo as músicas tipicamente tratadas com bastante entusiasmo e verve, como "Blue Skies", "L.O.V.E." e "Sway" - são temperadas de forma suave. Vocalmente, ela cresceu um tom mais escuro, um ou dois graus mais granulado e, no processo, tudo ficou mais atraente. Já Maertin Townsend do "Daily Express" chamou o álbum de uma "joia de disco".



Bobby Reed, da "DownBeat", escreveu: "Para este álbum, Krall selecionou as músicas, escreveu os arranjos do conjunto e supervisionou três formações diferentes de conjunto. Neste ponto de sua carreira, Krall sabe como colocar sua própria marca distinta em padrões de décadas, fazendo-os soar frescos e vibrantes, ao mesmo tempo em que honra as melodias que os fãs do Great American Songbook conhecem tão bem." 
Jim Hynes, da "Elmore Magazine", comentou: "Coloque seus fones de ouvido à noite e ouça a sutileza e a nuance de Krall aqui no silêncio. Você não pode deixar de ficar impressionado"
Os 48 minutos e 18 segundos do disco estão divididos entre as seguintes faixas:
"Like Someone in Love" (James Van Heusen e Johnny Burke)
"Isn't It Romantic"          (Richard Rodgers e Lorenz Hart)
"L.O.V.E." (Bert Kaempfert e Milt Gabler)
"Night and Day" (Cole Porter)
"I'm Confessin' (That I Love You)" ('Doc' Ralph Edward Daugherty, Al J. Neiburg e Ellis Reynolds)
"Moonglow" (Irving Mills, Edgar Delange e Will Hudson)
"Blue Skies"       (Irving Berlin)
"Sway" (Norman Gimbel, Pablo Rosas Rodriguez, Luis Demetrio e Traconis Molina)
"No Moon at All" (Redd Evans e David A. Mann)
"Dream" (John H. Mercer)
"I'll See You in My Dreams" (Gus Kahn e Isham Jones)
O CD está à venda por aí, nos bons sites do ramo e pode ser ouvido na integra no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=1MjEcvI5ePQ&list=OLAK5uy_nwNBNhifXhIkIl2fl8On5lq8YOpMmTaFs&index=2

Acabou...

 Por Ronaldo Faria Acabou! Acabou o Carnaval, o sal da areia colado no corpo, o suor que escorreu entre perfumes falsos e tresloucados beijo...