Por Ronaldo Faria
-- Nos escombros hediondos que
os tontos catam nas lixeiras do mundo, a hecatombe da fome de viver!
-- Caralho, Jerônimo, que baita frase fodida!
-- Você achou? Saiu assim, de repente, sem dó. Dessas frases que emergem e surgem sem a gente saber e sequer possam existir.
-- Mas saiu bem. A velhice traz e traduz um monte de coisas que antes seriam só um credo e a inexistente cruz.
-- Acho que vou parar. Está difícil sair algo agora pra fora...
-- Sério? Acho que os seus neurônios estão vivendo em homônimos pensamentos que vez ou outra se vestem de roupa de poesia e voltam depois, no dia seguinte, em azia.
-- Concordo. Nem lembro mais do nome da única musa que guardo na edição da Playboy.
-- Aí fodeu geral. Será que ela ainda mora no Brasil ou correu pra Lisboa?
-- Sei lá. Nem mel consumo mais. As abelhas hoje morrem em nome do agro, que é pop.
-- Que bosta! A Terra está a descobrir seu fim entregue a uns seres que esqueceram ser ela o único lar.
-- Verdade. É muita maldade descobrir que milhões de anos sucumbirão à meia dúzia de seres que têm trilhões de moedas e deixaram tudo desmilinguir e faltar.
-- Vamos beber, pois. Se o próximo dia vai ser bosta, que o rebosteio seja total. De meia boca basta a boca que nem meia presença de beijo e lábio se faz.
-- É verdade. Como dizia o poeta, o cabra pode ser valente, mas na lembrança de um beijo chorar.
-- Choremos, pois. À luz dos pedintes de amor e paixão, nos façamos inócuos tatus que descobrem que na cidade grande em concreto existe um buraco no metrô.
-- Nas asas das brancas pombas que voam no sertão, o derradeiro coração que bate saudoso de antemão. E que possamos um dia voltar à ilusão que permeia poesia e mansidão.
-- Caralho, Jerônimo, que baita frase fodida!
-- Você achou? Saiu assim, de repente, sem dó. Dessas frases que emergem e surgem sem a gente saber e sequer possam existir.
-- Mas saiu bem. A velhice traz e traduz um monte de coisas que antes seriam só um credo e a inexistente cruz.
-- Acho que vou parar. Está difícil sair algo agora pra fora...
-- Sério? Acho que os seus neurônios estão vivendo em homônimos pensamentos que vez ou outra se vestem de roupa de poesia e voltam depois, no dia seguinte, em azia.
-- Concordo. Nem lembro mais do nome da única musa que guardo na edição da Playboy.
-- Aí fodeu geral. Será que ela ainda mora no Brasil ou correu pra Lisboa?
-- Sei lá. Nem mel consumo mais. As abelhas hoje morrem em nome do agro, que é pop.
-- Que bosta! A Terra está a descobrir seu fim entregue a uns seres que esqueceram ser ela o único lar.
-- Verdade. É muita maldade descobrir que milhões de anos sucumbirão à meia dúzia de seres que têm trilhões de moedas e deixaram tudo desmilinguir e faltar.
-- Vamos beber, pois. Se o próximo dia vai ser bosta, que o rebosteio seja total. De meia boca basta a boca que nem meia presença de beijo e lábio se faz.
-- É verdade. Como dizia o poeta, o cabra pode ser valente, mas na lembrança de um beijo chorar.
-- Choremos, pois. À luz dos pedintes de amor e paixão, nos façamos inócuos tatus que descobrem que na cidade grande em concreto existe um buraco no metrô.
-- Nas asas das brancas pombas que voam no sertão, o derradeiro coração que bate saudoso de antemão. E que possamos um dia voltar à ilusão que permeia poesia e mansidão.
Tudo que surge urge ser
verdade. Que possamos descobrir a mentira que na soberba benfazeja crê ser
eternidade...