Por Ronaldo Faria
-- Se a Rita Lee estivesse
aqui, o que ela faria?
-- Ronaldo, isso é pergunta a se fazer?
Porra, surge Toquinho a tocar.
-- E se Vinicius de Moraes estivesse vivo?
-- Aí seria o paraíso em Terra!
-- E se Adoniran estivesse aqui?
-- Nesse caso seria sacanagem para virar eternidade de bar.
Num canto qualquer, a presença
constante da mulher amada, forma da fórmula que o receituário do farmacêutico terapêutico
não traduz em luz. Aquela dos lábios mordidos, ardidos, lambidos, traduzidos em
coqueirais desvanecidos à negação de uma dancinha de Vanderléa. Compêndio urdido
em separações forjadas e unções promulgadas e devastadas faça-se na alforria da
vida os grilhões que é se viver. Por um triz a cada respirar fortuito e quem
sabe último, o importante, como diz o porteiro de café matinal, é acordar. E
quiçá, ser feliz.
-- E se o Toquinho não tivesse
pisado na bola?
-- Mas qual bola? Tudo no fim não vira a mesma merda?
-- Infelizmente. Parece que sim...
-- Então é o passado que conta?
-- Parece que sim.
Daqui, enfornado num canto
quadrilátero, o poeta, profético, profilático e hermético, vai a crer que num
asilo nascido na nascença, como disse Cazuza, tudo se resolverá enfim.
-- Ronaldo, isso é pergunta a se fazer?
Porra, surge Toquinho a tocar.
-- E se Vinicius de Moraes estivesse vivo?
-- Aí seria o paraíso em Terra!
-- E se Adoniran estivesse aqui?
-- Nesse caso seria sacanagem para virar eternidade de bar.
-- Mas qual bola? Tudo no fim não vira a mesma merda?
-- Infelizmente. Parece que sim...
-- Então é o passado que conta?
-- Parece que sim.