sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Para dar um fim neste final de “bebedeira” ou bobeira

 Por Ronaldo Faria


Mais uma, que mal faz? Amanhã, no chegar do sol de outono que permanece (com toda a certeza) verão, saberei responder. 
Nessa hora já foi. Já Elvis. No som, Angela RoRo. Na efeméride do fim até o começo, o tropeço. Na volátil maneira, a suculenta asneira.
Agora rola Gal que fala da palavra errada. No signo nenhum, o tal papo de otário. No lavradio do alfabeto, lugar para Paula e Bebeto.
No feto da afetuosa mandrágora que se desenha prenha, o rolar de esperas. Quimeras também fazem parte da alquimia fria e fugidia.
Zé Rodrix veio dizer que precisa de uma casa no campo. Nos trâmites do destino, somente um pássaro a acreditar que ao longe poderá ainda voar.
Lennon e McCartney revivem o mundo na voz de Milton Nascimento. O novo possível lamento far-se-á tormento no unguento do tempo fugaz.
Aos poucos a pérola negra de Luiz Melodia toma a trama de amar. No pulsar do coração em sopros, tropeçamos aqui e ainda mais acolá.
Na solidão da solicitude que a loucura dá, o girassol tem a cor dos cabelos da amada. Só para escrever o que nunca penso fiz, heterogênea viagem.
Como mestre-sala dos mares que não vejo há tempos, glória ao cantar passado que diz que não erramos em sermos autênticos e beneméritos.
Agora chega Jorge Mautner, mestre de um maracatu atômico e clarividente, temente em escrever no quadro negro que pode haver o mínimo de apego.
Pausa para repetir Mautner. Que o seu violino se volatize para a eternidade diante da maldade intrínseca e seca no ultimar do pseudopoeta eletrônico.
No amanhã, decerto, terei sofrido por ainda não ter comprado a imagem de Iansã. Quem sabe o futuro financeiro me seja altaneiro. Se não o for, a mãe há de entender.
Afinal, tudo é divino e maravilhoso. Não o fosse, Belchior não teria mentido pra nós. E há coisa melhor que beijar os lábios da amada no escuro do cinema sem ninguém nos ver?
Como nossos pais, padecidos, desaparecidos ou vivos, não há o que falar ao grande amor. Afinal, viver é melhor do que sonhar, ou é isso que Elis nos marcou à vida.
Num chão de giz, riscado sobre o asfalto molhado e negro, um pano de guardar confetes é a única verdade que a saudade nos dá e traduz a loucura emergencial.
Às tantas pretas e pretinhas que beijei na testa, minhas desculpas se elas eram brancas ou branquinhas. No meu tempo de carinho e baianos não há cor para delimitar.
E se os alquimistas realmente chegarem, como pregou Jorge Ben Jor, que a sua presença nos traga anuência na ausência que o mundo hoje faz questão de postar e proliferar.
Por fim, no bicho que o bicho de sete cabeças me fez chegar até aqui, no novo dia de nova estação, um bom dia à revelia dos pesadelos que a partir de agora surgirão.

Com os Paralamas do Sucesso e a porra de uns óculos que não dão pra ver a tela direito

 Por Ronaldo Faria Óculos trocado porque o outro estava embaçado. Na caça da catraca de continuar a viver ou da contradança do crer vai ag...