quarta-feira, 31 de maio de 2023

Tempo em Rita Lee

 Por Ronaldo Faria

Tempo em Rita Lee

10/05/2023


 

O Word é de 2010. Eu sou de 1957. A data atual é de 2023. Mas o que são os anos? Tragédias cômicas? Comédias trágicas? Ou nada são e serão? Afinal, a quem cabe definir datas e lógicas? A ninguém, creio eu. Nas frágeis e frígidas doses de vida, infundadas vozes vociferam incólumes e findas. Mas haverá vida depois? No apostrofe (pra que serve essa merda?) do tempo, será o que foi, ou haverá de sê-lo? Desmazelo. Aliás, após revolver passados e falhas de neurônios, vale o que vier. Vale o que tiver. E tentemos a felicidade na frágil realidade...

segunda-feira, 29 de maio de 2023

sábado, 27 de maio de 2023

Antonio Nóbrega

Por Ronaldo Faria


No Luminário Perpétuo o Nordeste que me veste e traveste passados e efêmeros lamentos. Com certeza algum zumbido de abelhas africanas sobrevoará sobre mim. E me jogarei no chão outra vez e verei o enxame seguir seu rumo, saberemos aonde ele foi. E lá se vão algo próximo de 60 anos. Com cheganças e idas no mundo infindo e desterrado de si. Um esconderijo de sentenças e lendas que se misturam em pesadelos e zelos. Coisa de lembranças, cheiros, fragmentos, resquícios ínfimos e eternos, como cavalgar num rio seco que depois mata o avô querido, sons e luminosidades que só com a morte hoje ainda proscrita irão derrear.

No Luminário Perpétuo, o feto que ficou de um tempo, mas que me dá a certeza de ser nordestino, mesmo nascido na capital federal. Agregado à sentença primária de ter exilado num espaço quase inóspito, respiro um rio que em janeiro se fez e uma Bahia/Sergipe que nunca saíram de mim. Nunca sairão, impregnados na pele e na mente, sempre ficarão. E, creiam, meu lado pernambucano flui igualmente servil. E vai e se esvai, e volta e retorna. E quem dera uma rabeca rabisque e cisque cada pedaço de vida que ainda possa existir além da saudade que bate todos os dias só pra lembrar que a saudade é uma coisa infinda.


sexta-feira, 26 de maio de 2023

O coração e Zé Renato

Por Ronaldo Faria


Um coração surgiu de repente no copo de vinho após quase 20 dias sem beber. Toque do além? Nada além de uma luz qualquer? Sei lá! A ouvir Zé Renato, estar vivo e beber, nada precisa ter resposta. Ela já está posta!



quinta-feira, 25 de maio de 2023

Os Cariocas

 Por Ronaldo Faria

 


Simbiose ou osmose? Onde se misturam as emoções e as desgarradas sensações que dobram esquinas, sinas, sanguinolentas notas que lembram a única música aprendida num violão – o Samba de nota só. Hoje, porém, é só cantada, virou nas dedilhadas mero pó. Afinal, nada mais era do que conquistar a morena artista e violonista erudita nos primórdios do amor. E ela se foi, junto com os prédios do Leblon, o tom e o som. Rio de Janeiro, matreiro e guerreiro, feito São Sebastião. Coisa de nascedouro, mistura de cheiro de creolina (que tanto amo) e de um tesouro encontrado nas areias que servem de nascedouro e morredouro de um mar que se acalanta nas coxas da mulher que desvanece no quase luar. Hoje, mais uma vez e sempre, meu Rio voltou – imenso, sedento de lembranças, ancas da índia primeira e amada do Méier, de cabelos longos, trovas e coisas alhures num sempre talvez e na vez da cascata que cai em Cascatinha. Quem sabe a musa etérea e louca de Ipanema na loucura que cada um de nós tem, ou a moça de Madureira, a outra de Olaria, aquela de uma orgia qualquer numa ilha ou no Sul do Brasil. A de Copacabana a deflorar o poeta/menino em tesão. Simbiose ou osmose? Saber-se-á. Só vou dizer, como a canção mostra: o amor foi feitinho pra dar...

terça-feira, 23 de maio de 2023

Término com Francis Hime

 Por Ronaldo Faria



O derradeiro e último gole. O que ele nos traz? Onde começa, lá no início, e termina como líquido numa terrina? O que desfaz, apraz, liquefaz? Não sabemos. E isso é que faz dele o melhor, o primórdio do passado, o futuro ineficaz, o presente da gente. Quem sabe, ávido de se descobrir, não seja um descortinar do nosso mais fiel interior, aquele que se esconde no recôndito que só serve pra culpar nosso viver num morrer que chegará logo mais. Onde nada seremos, viveremos num inexistir de unguentos, teclas digitadas em lamentos. Quiçá, nos queixaremos ao tempo ser tão rápido e fugaz. E fugiremos de nós, brincaremos de alguma coisa qualquer, frigiremos ovos numa panela suja e na fé, quem sabe até. Afinal, o final não cabe a nós, entre óbitos e algum algoz.
 
II
 
Ele subiu o morro como quem desce para um asfalto que inexiste. Presto, pôs os olhos a ver o tempo que se foi. Disse oi àquele que sobe, prestimoso lembrou tempos de Borel. Ou, pensando agora: “Quando a coisa é muito boa, falta a coragem de lutar”. Mas ele lutou, brigou no trem, no ônibus, na desvariada andada sob o sol inclemente de uma zona norte, torta ou prestes à própria sorte. Na atmosfera linear, a Lua Cris cruza o céu iluminada e feito parecida a maçã. Mas ele continuou a subir o morro íngreme e disforme, como fosse a forma mais certa de ser. Mas o que será o cercear de uma flor? Ficará morta sem saber brotar ou far-se-á rosa para o mais fortuito amor? Roubada de um quintal em ser. Nas cordas do violão, certamente brincará de essência e ciência para o poeta arquitetar seu dissabor. Senão será somente semente a florir num canto qualquer do ser sem lamento. E assim provar que o amor sempre saberá vencer.
 
III
 
Saber colocar o último líquido que sai e se esvai num copo sem deixar cair é coisa de prática de anos e vidas de fragmentos perdidos e inusitados, fardos de histórias histriônicas ou patéticas, verves de fragmentos que lotam a mente da gente como fossem passagens a se liquefazerem em espumas e cores amarelas, fátuas certezas de que o momento é agora, mesmo que em ágoras alguns gritem feito loucos iguais àquilo que somos. Zumbis e soníferos mendicantes de algo que nos faça senhores de si, ao menos nos pesadelos que chegam entre o negror e o alvorecer, vamos a brincar de ser. A vida, solerte, rápida, única e saber-se-á que dará frutos que nem Maria-sem-vergonha dá. E assim continuaremos, uníssonos, senhores de si, ensimesmados, fugazes, bêbados e trêbados, iremos em dias e diásporas a viver o que nos resta a repetir entre um alvorecer e um luar. Certamente, em algum lugar, viveremos nosso sonho imaginário no torpor.

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Fernanda Takai, ou na foto

 Por Ronaldo Faria


O mar se derrama em ramas de espumas, idas e vindas. Transborda na areia e pés, brinca de frio e verve. Serve ao movimento pleno e sorve emoções, unções e porções de paixões. É um universo de frases soltas, roupas soltas, rotas rotundas. Na entrega que se desfaz em urgências e premências, a incerteza da razão.

Quem sabe um beijo translúcido e opaco, um abraço desfeito de fato, uma nuvem que se esconde do sol que morre embriagado e volátil, impregnado de parafernálias mil. No pouco de anil que resta, a festa. A chegança malfadada de mais um dia que se esvai, a loucura da noite que se entrega à regra do nunca mais.


sexta-feira, 19 de maio de 2023

No grande encontro de eu, da música e eu

 Por Ronaldo Faria

 


Cheiros, luzes e odores, vapores e descarregos ao luar minguante, infante e à natureza secular. Quem sabe um quase inverno entre o paraíso e o aluar. Desses momentos que a gente sabe que existe entre o que é o real e a realidade. Como um coração, diria o poeta, ainda batendo dentro do peito. Presto ou afeito às besteiras que eclodem e explodem em sinergia que diz apenas, às penas, que o momento é afeito ao feito que um dia poderíamos ter feito no proveito ou aceito. E o tempo nos impediu, impeliu, implodiu sem sequer perguntar se o melhor foi ou pior será. Do trono do destino o grão-mestre estava, nessa hora, está a cagar.

E o amante que habita no santo que desce pensou: “No dançar do forró/festa a que fomos levados, lavados e enlevados nos corpos de dois num só, na brincadeira intermitente da felicidade que nos foge entre os dedos e medos de saber que a vida também possa ser algo a se reverenciar, cravamos nas claves de sol que certamente a mente e instrumentos sorveram a derradeira felicidade sem maldade ou tempo.” De volta à realidade, na fragilidade destemperada e temperada do tempo, somente a cruel vista do incenso queimado e fátuo que sobe sabe-se lá para aonde. Nas ondas que em algum lugar batem, o ser sou só eu e você.

(Ao grande encontro de Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Elba Ramalho)

Lupicínio Rodrigues

 Por Ronaldo Faria

É noite, dessas quem não se sabe é fria ou quente. Daquelas que corre no asfalto e se dobra em esquinas infindas que terminam numa mesa de bar ou na cama. Em copos molhados de suores de cerveja ou corpos encharcados nos suores do amor. No ar, o som de Lupicínio Rodrigues. No cair de luares e vozes do vinil, a solidão de uma bola que brilha entre o amarelo e o prata, envolta num espaço que esbarra na geometria que a cidade dá e tira, que se estira em ilusões e premonições, lições que o passado não destrói.

É noite, as pessoas entoam uma canção monocórdica onde, crê-se, a felicidade chegará. Nos trilhos que correm em trilhas submersas, dessas que se entranham entre um coração e um pensamento, o lamento da amada que se embrenha desnuda ao nada, a intrínseca inverdade que teima entre viver e morrer. Ao longo do universo que se desdobra em letras, sílabas e versos, o reverso que a solidão perfaz. Ao fundo, um som performático de jazz. Ou será um blues ou nada que se derrama sempre no início sem começo, meio e fim?

É noite. Abre-se o leque de oportunidades, fortuitas saudades, imensas dores que descobrem na realidade seus estertores. E vão-se goles, goelas secas, coloridas luzes que se misturam de neons e faróis. Como pescadores, são lançados os anzóis nas almas que jogam no mar na ilusão para navegarem na razão. Mas há razão nas perdas e pernas que se envolvem na liturgia da conquista e da volúpia que se derrama nas palavras e olhares? No cabaré, entre a lâmpada volátil e o amor tátil, a tradução do que, em lágrimas, fez-se retrato.

 “Se somos dois tristonhos, vamos juntar nossos sonhos, talvez nasça um novo amor”. (Lupicínio Rodrigues em Os Tristonhos)

quarta-feira, 17 de maio de 2023

Raridade

 Por Ronaldo Faria


Teu corpo é uma música aos meus lábios. Tua voz vive em meus alfarrábios. Como uma árvore se arvora a vencer o azul do céu. 


segunda-feira, 15 de maio de 2023

Montenegrando

 Por Ronaldo Faria


Carótida exposta e posta à mesa. No mezanino, o homem ouve os barulhos da rua. Atordoado, revoa saudades e fatos. Fátuas lembranças mortas e desgarradas, tragadas pelo tempo ou pelo destino. Em desatino, a história de um pequeno menino. Um rincão no recôndito que pode ser o menor e mais escondido lugar do coração. Talvez um verso transverso e acarinhado de dedos próprios a correrem os cabelos a embranquecer. Uma lívida face a refazer esquinas e dobrar ruas retas e sem fim. No sol poente, a chuva que molha carros rápidos e pessoas que tentam se proteger na árvore mais fina da praça. Um perdão nunca dado, o filho torto a voar entre as nuvens esbranquiçadas de poeira de carvão, a entrega de duas almas para a paz. Na eterna prisão do ser, cataclismos fazem tudo revirar. Zarolha, o rapaz olha para o mar. Ao longe, vê um barco com seus degradados a jogarem remos acima e abaixo. No limite entre os raios coloridos e os ruídos de pássaros, as velas acesas ao acaso namoram o vento na maior calmaria da vida.

No sertão crispado de mortes e pequenos fetos que viraram fátuas pétalas a forrarem o solo seco, vozes vazias e cavalos magros e tordilhos se foram a trotar em dança as valas mortas. No salão, numa valsa, a bela brindava corpos e notas, ia às mesas mais tortas de copos e garrafas pesados, sentava-se com seu vestido de um azul lilás, bebia um ou dois goles, engolia palavras e frases, se esvaziava de sangue no choro escorrido dos olhos carcomidos pelo vendaval. Na cozinha, o mestre-cuca sujava de gordura o seu avental. Lá fora, entre aforismos e calçadas cheias de gente a esperar o trânsito parar, luzes chapiscavam de negror as gotas que brincavam de se atirar no chão. No todo, um ônibus, desavisado da poesia do tudo, as jogava para longe, conspurcando de realidade o quadro final. Num apartamento acima, onde se guardava a morena mais brejeira do lugar, duas mãos trançavam de ilusão e emoção a pincelada final. Da portaria, o interfone chamava o sono para acordar. A vida chamava para o tempo se fazer renascer.

sábado, 13 de maio de 2023

Mandinga

 Por Ronaldo Faria


Mandingueira feira de vozes e odes, profecias de algozes, canseira de torpes e alforjes. Na estradeira que se dá sem eira e nem beira, sobra, calcinada, a derradeira madeira. No meio de tudo, decerto haverá uma esteira para repousar o corpo cansado.

Assanhado, o poeta vira desafeto da vida e meio profeta. Esteta de si mesmo, vive a esmo no que der ou vier. E, se não der, que se vá entre vãos e qualquer lar. Afinal, para uma alma perdida não há muito a seguir para onde for ou mesmo um lugar no lagar.


quinta-feira, 11 de maio de 2023

A música de abril

 Por Ronaldo Faria


A noite se espreita lá fora à espera da madrugada que se desenrola entre canções e abóboras. A cidade ressona quieta entre um ou outro gemido, carros passando ligeiros, luzes que piscam solitárias num ou noutro lugar. No bar da esquina, os olhares e a sina. A assimétrica vertigem perdida entre o sorriso e os olhares que viajam por copos e goles. À frente do poeta, a mulher de voz e saudades perdidas. No arredor, o som do silêncio se faz apenas um pormenor. O mundo brinca de girar e se largar inerte e derradeiro.

A noite se entrega dissonante e arfante aos dois corpos. A pele, o cheiro, o gosto, os lábios unidos e vadios, a incerteza sempre certa do depois. O poeta, esteta de si mesmo, sabe que nem tudo haverá de sê-lo. Embriagado, partido em cansaços e emoções tão sonhadas e agora entregues, ele redescobre que a vida, ávida de si mesma, brinca de quadrantes que nem sempre são o que se quer. Mas, no fim de dia, diante dele, lá está ela: bem mais do que apenas uma mulher. A quem poemas não podem quantificar.

A madrugada, a brincar de querer esperar o sol voltar de uma bebedeira qualquer, traz um vento frio e esquecido entre as esquinas que descansam ao luar. Solitário, num solilóquio entre o quarto vazio e um armário, o poeta cheira seu próprio corpo para reviver o mundo dela. Se promete, criança que é, que nunca mais se lavará. Que a resguardará em cada poro e porto da paixão. No dia seguinte, que chega quente e ardente sem requinte, acaba por descumprir sua trama. Entre e a realidade e o desejo, urge o drama.

Na madrugada, porém, ficam a saudade e a realidade. Um ou outro ébrio ainda caminha em linhas tortuosas pelas esquinas que se repetem quadrantes e sinas, um casal enfim consegue se aninhar em trejeitos e esmeros, o mundo corre redondo e célere na busca de um sonho. Insone, o poeta fecha os olhos e revê o corpo nu e irreal. Afinal, pôde algum ser criar tal universo expresso em tanta beleza quase sobrenatural? Mais cansado do que o cansaço que o deixou não ser ele adormece para no dia seguinte tentar reviver...

terça-feira, 9 de maio de 2023

A rainha se foi. A rainha nunca morrerá...

 Por Ronaldo Faria


Rita mínima, ali...

26/06/2017

 Vampiro, me dá um respiro. Daqui, serei só mero suspiro. Quiçá, um gripado e escarrado espirro. 

No sorriso de não saber quem se é, vamos juntos a voar na lua cheia e na fé.


Marias do Chico, Edu Lobo e Wander Lee

 Por Ronaldo Faria


Marias da vida, Marias tantas, antevistas, revistas, revisitadas, caladas, dramáticas, atávicas, translúcidas, coloridas de mil cores, dissabores, desamores, fervores, paixões, milagres, encontros, bailes de anos novos, escadas, cansaços. Marias de arriscadas caminhadas, camas desfeitas, afetos desdobrados em vidas paralelas, favelas e ruas pequenas de cidades quase nenhumas. Quiçá quadriláteros que se formam em formas e fôrmas para formar. Alguma coisa de sei lá o quê, nos tantos acentos que esse que tem, esteja certo ou errado. Que seja somente um tempo antevisto, cheio de premonições e unções, beijos largados e ungidos de passado e presente, algo ausente de um futuro que se espera, à quimera, nem que seja num lar regado de idosos famintos de tempos atrás, desses que só cada um saberá contar e recontar, se a memória deixar. Afinal, Marias são tantas e têm tantas têmporas para se ver e beijar que perpassam e passam tantas vezes que às vezes a gente nem vê. Surgem de repente, em rompantes, em meio a luzes e vórtices que nem sabemos se são verdade ou serão, senão. E ficam e permanecem, se esvanecem de tomar contar conta do outro, sabem que são donas e doutrina, que far-se-ão tatuagem eterna. E nós, míticos e místicos amantes à busca de um colo, de um ventre, espaço entre duas pernas e beijo rasgado de saliva e suor, um coração em diapasão igual, nos entregamos lúdicos e vorazes. Sem saber do que iremos nos envolver, ver e ser. Talvez uma gota em meio a um temporal, uma pétala perdida num campo de girassóis, um planeta esquecido numa galáxia irreal, sem ar sequer para respirar o último suspirar fatal. Mas, a vida não será isso: um eterno buscar aquilo que não se sabe o que se é? À busca da madrugada que se faz tragada em lufadas nada, um resto de lucidez para o tanto de loucura que vaza da tez. Daqui, vamos, à busca da verdadeira Maria, a brincar de ser ator, dor e morbidez. A certeza da lua que virá crescer fica pra depois. Diáspora que brinca de deixar de ser. Quem sabe um universo que vira verso somente porque o reverso mente pra si...

sexta-feira, 5 de maio de 2023

Ao Chico...

 Por Ronaldo Faria


Mil, novecentos e setenta e oito. Início da faculdade de Jornalismo, depois de um vestibular maluco, com diarreia salvadora nos mais de 40 graus do calor da Piedade (nome próprio para um bairro suburbano carioca e cheio de mistérios que a vida dá e deu). Ano doido, pra variar doído, do medo de não saber como enfrentar tanta matéria deletéria e as portas do anfiteatro que se abria para receber a confirmação de matrícula. Como saber driblar as matérias obrigatórias previstas? Cada nome difícil. Cada etapa maluca em dois anos gerais, com sociologia, história, direito, economia, outras coisas mais. Depois, seguir mais uns dois de coisas loucas e direcionais. Optar, viver feito festa sem fim, em dias de chumbo e medo, luta e alforria. Valeu? Valeu. Passou? Passou. Ficou? Pra sempre ficará... no campus da PUC/RJ e suas matas de mil.

quarta-feira, 3 de maio de 2023

Elis Regina

 Por Ronaldo Faria


Coisa agora, coisa e tal. 

Minimalismo no aforismo de algo animal.

Volta, tempo. Só por passar e pausar...

segunda-feira, 1 de maio de 2023

MIlton Nascimento

 Por Ronaldo Faria


Um sonho a dois, como Milton já cantava. Aqui, na calada noite quase madrugada, um trago e uma lufada de vento que foge da rua para dormir quieto no quadrilátero que emerge em cada nota que se denota única e final nesse dia de saudades e ambiguidades entre a dor e a felicidade. Mas haverá diferença nos dois? A coisa doída pede ou pode ser coisa doida? Saber-se-á. Makulelê, makulalá...

Zé Geraldo

 Por Ronaldo Faria A viola viola o sonho do sonhador como se fosse certo invadir os dias da dádiva que devia alegria para a orgia primeira...