Por Ronaldo Faria
A cidade, na sua idade antropológica e própria decadência, se esfacela e se esfarela feito quirela de pão. Quisera sabe dizer que tudo terminará em procela. Mas qual... Num quarto e sala, João se apropria do passado e corre feito louco das lembranças de infância. Nessa instância, o psiquiatra junto com o geriatra diriam: “Interna, é caso perdido”.
Mas João não liga para a essência de ser hermafrodita. Na desdita, se entrega ao desdém da vida. Vinho português na taça, traça a comer seus alfarrábios, viaja nas letras e versos. Faz-se reverso na crença de que estará ao amanhecer, como disse o poeta, pra lá de Marrakesh. “Amanhã a gente vê a merda que vai dar”.
Incenso de arruda aceso, dois novos santos africanos no santuário (uma com a navalha que corta o mal e o outro que faz novo ciclo chegar no tempo), na certeza de pesadelos logo mais, João se embrulha solitário feito sabugo na palha do milho. “Vim só caminhar nesse mundo e só irei embora.” Lá fora, o aforismo de falácias e dramáticas histriônicas histórias. Atônitas, células dançam um tango/bolero qualquer.
Na cidade, cheia de iniquidade e dramaticidade que enche o roteiro de amantes e poetas, homens e mulheres se juntam, se separam, reparam que estar junto pode ser coisa boa ou mazela. Na esquina, quimera de prosopopeia, um personagem que por obrigação da rima se chama Zélia.
II
III
IV
Chico sem sobrenome deu sua sentença. O resto logo irá virar resto sem opção ou oração, senão.
