Por Ronaldo Faria
A noite, essa peça de açoite diário, vocifera que é dela que vem a orgia da poesia. E não está errada. A voar no calendário gregoriano e no tempo como fada, volatiliza o estigma que vem e volta gota a gota. Afoita, atônita em morrer de querer e chegar, é apenas solicitude a cada atitude tomada no nível do mar ou na altitude. Senão, é apenas ela: noite.
-- Parece que perdemos a
guerra contra a vida. Fizemos todo o possível, em vão. Mas, afinal, no final de
tudo, se você não sabe andar é certo que trupica.
-- Certamente essa é uma tese taciturna, mas real.
-- E aí, acha que tem salvação?
-- Só se formos rumo ao Japão.
A noite que se antecipa em píncaros à picardia tardia que desabrocha de cada flor que nasce na rocha, sabe que tem pouco tempo na Terra. Também é muita sacanagem com ela. Incrustrada nas tardes que crescem a cada estação e na madrugada que assola o mundo a fundo, minimiza o tempo restante. Mínima no vazio tardio que a imensa realidade nos dá, brinca de pular corda já sabendo que uma das pontes que gira o destino irá lhe sacanear. Menina dos olhos da eternidade, a noite é apenas um presente sem passado. O futuro? Que furo... Não haverá. Como diria o poeta negro e preto, a natureza está morta e a cama dorme vazia.
-- Certamente essa é uma tese taciturna, mas real.
-- E aí, acha que tem salvação?
-- Só se formos rumo ao Japão.
A noite que se antecipa em píncaros à picardia tardia que desabrocha de cada flor que nasce na rocha, sabe que tem pouco tempo na Terra. Também é muita sacanagem com ela. Incrustrada nas tardes que crescem a cada estação e na madrugada que assola o mundo a fundo, minimiza o tempo restante. Mínima no vazio tardio que a imensa realidade nos dá, brinca de pular corda já sabendo que uma das pontes que gira o destino irá lhe sacanear. Menina dos olhos da eternidade, a noite é apenas um presente sem passado. O futuro? Que furo... Não haverá. Como diria o poeta negro e preto, a natureza está morta e a cama dorme vazia.
