domingo, 7 de dezembro de 2025
“Tony Bennett at Carnegie Hall”: um show que entrou para a história*
sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Pro Jorge Mautner
Por Ronaldo Faria
Cair de boca nas coisas que surgem em janeiro e morrem demenciadas em dezembro. E lá se foi outro ano. Na hecatombe que tiver passado, o passado temporal surge abrupto e tosco, tosquiado feito ovelha na máquina zero. Aos loucos e esotéricos, dançarinos dos bailes e perrengues, o par pede passagem para não morrer sem nunca ter voltado por lá.
Depois, brindar goles e golfadas na fantasia que traz azia e picardia. Andar na corda bamba que o bambolê da criança faz rodar em círculos ridículos para quem de fora vê. Ver-se nos versos de outrora como agora: ser abissal que nunca saiu da areia que a praia deixava. E levar para longe a caravela sem velas que teima em pegar tormentas e calmarias na busca do torpor.
Subir no foguete que fala com os animais. Ver a Terra além da estratosfera, onde a fera humana vira a mesma do animal, e sorrir com a bola que gira no espaço. No bagaço, bactéria vive e surge no papel almaço com seu almoço descerebrado. E chegar aos sete anéis de Saturno sem achar isso um absurdo. Afinal, tudo ainda voa e até parece balão.
Por fim, nos finalmentes do repente que deseja mais um gole e briga com a certeza do beijo, vicejos de vida longa e enlevo. No eclipse sozinho que percorre lua e sol com cuidado, a Babilônia fônica e atônita que a tônica com gim traz para o lado. Perto e distante um povo evoca no maracatu atômico que há céu sem estrelas. No teclado as unhas afiadas se fiam em louvor a vencerem o tempo e a dor.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2025
Na seta
Por Ronaldo Faria
Seta, beta, meta, reta. Seja o rumo da lucidez ou do hospício. Auspiciosa e diretiva. Divisa entre o rumo e a esquina. Curso direcionado para a sina que se ensina no espaço da solidão. Harmonia e blasfêmia. Saudade da boca dela, no maior cacófato que isso possa ser. Pouco importa. Na porta, a saída e a entrada. Lá fora a bruxa briga com a fada. Uma quer a fogueira e a outra a foda. No calor tropical do inverno encravado no continente que fica ao sul de uma linha imaginária, a cena de brincar de se achegar. Tempo há e haverá, apesar do gosto oposto da brisa no rosto. Ainda teremos ondas, rotundas emoções, errôneas verdades. Na loucura catastrófica da mente, certeza ausente que voa em balão. Corpo aqui e desejo no Japão. Copo esvaziado no vazio da criação. Falange de deuses pretos no amor que só é bom se doer. Rememoração da ação esquecida em alfarrábios vagos e amarelados. Signos cravados no peito com bazófias e som de metal. Sem Natal. Na seta tem beta, meta e reta. Tem sonhos transversos e versos de poeta. Na estética estoica de saber sofrer e amar, versículos dos loucos desvairados. Prazeres nos azares tocados em alaúdes antes de irmos ao ataúde. No passado, psicodelismo da retórica que a história delimita em saudades e fados, passos de dança num salão vazio. Dependurada e pintada numa placa, a seta beta da meta reta está lá, no escuro obscuro do caos caótico do ateu católico. E lá ficará sem cabeça e touca. A ensinar o caminho da sanha que toda manhã resolve novamente trazer ao lugar.
terça-feira, 2 de dezembro de 2025
Monk e Coltrane: um encontro histórico*
segunda-feira, 1 de dezembro de 2025
Casa sem pressa (longevos tempos de república)
sábado, 29 de novembro de 2025
Ao Gumex
Por Ronaldo Faria
-- Seu Gumercindo, estamos fechando o bar. O senhor quer algo mais pra levar?
-- Não, Gonzaga. Muito obrigado. Pode trazer a dolorosa.
Pagou a conta que despontava como boa para o português dono da bagaçada, deu boa noite e saiu no seu caminhar trôpego de funcionário público de repartição. Viu que a lua estava fraca, minguante. Os postes acesos brilhavam mais do que ela. O guarda de quarteirão lhe dá boa noite. Era o Percival, há muito dono do espaço. Substituiu o Pascácio, aposentado por perder a visão. Teve catarata sem nunca ter ido à Floresta da Tijuca ver a Cascatinha. Era gente boa. Morava em Vicente de Carvalho, longe pra caralho. Mas nunca faltou no batente e conhecia toda a gente.
-- Um bom resto de trabalho pra você, Percival...
Gumercindo entrou na pensão, foi direto ao seu quarto e fez chá de hortelã para dormir melhor. Logo cedo terá que ir de bonde à repartição. E o motorneiro, Seu Walfrido da Silva, não perdia a hora. Era mais certo que o relógio cuco que badalava a cada minuto na pensão. “Vamos dormir. Amanhã eu vejo o que aconteceu com a Esmeralda”. E logo lhe chegou o sono. Enternecido de goles a mais, vieram-lhe os pesadelos e desmazelos de quem dorme sabendo que não irá sonhar. Acordou no dia seguinte e leu a manchete do jornal que chegou à mesa na procuradoria federal “Mulher foge com o palhaço do circo soviético”. A partir daí virou radical, se vestiu de verde e se tornou integralista até a última redoma da alma. Morreu só, anos depois, no quarto pequeno no Centro da cidade. Gonzaga, o garçom, Percival o guarda de quarteirão, e o português dono do boteco foram acompanhar o enterro. “Perdi um grande cliente. Que Deus esteja ciente disso e me dê outro”, pensou o lusitano antes do caixão baixar em sete palmos contados a dedo. Defronte do cemitério do Caju, um moleque solta pipa sem dar atenção a tão pouco dramalhão. Ao fim, o fim de outra visão.
quinta-feira, 27 de novembro de 2025
Pataquada
Por Ronaldo Faria
terça-feira, 25 de novembro de 2025
Com Donato, Shank e Valença (ou vale o que está escrito)
Por Ronaldo Faria
No piano, altiplano da troca de emoções e canções, malabarismos de paródias que não acabam se acercam de sonhos e bisonhos desejos ensejados no cadafalso que leva o amor ao coração. Há luar e estrelas, nuvens raras e secas de pingos futuros, bêbados diuturnos até. Tem também catadores de lixo, pombas que teimam em vasculhar a sujeira da areia, poetas e proxenetas. Cansados amantes à espera do primeiro raio solar, notívagos que decidiram madrugar, operários e faxineiras que despencam do ônibus no seu eterno trilhar. Há ainda o cachorro de rua, que vira a última lata para sobreviver, a uivar e acreditar num lar.
No bar o garçom fecha a última conta: “Deu R$ 220,00 sem os dez por cento.” Na dicotomia do destino, desatino cretino dos loucos e vespertinos, um transeunte que transita sem rumo diz adeus à vida ao se jogar diante do circular. “Porra, fodeu geral. Agora vem a polícia, a perícia e o escambau. Até chegar o próximo ônibus eu já atrasei geral” – vociferava Marcondes que vai chegar tarde no turno da fábrica de metal fundido. “Estou fodido” – sentencia. Perto das ondas que enchem de espuma a bruma geral, João e Rebeca ouvem o barulho do atropelamento, o lamento dos passageiros e até a sentença do motorista: “Esse merda se jogou na frente...” Mas qual, cada um com seu cada qual. No sol que surge do horizonte, as línguas dos dois dão o cúmplice recado ao mundo: Lei de Muricy... cada um que trate de si.
domingo, 23 de novembro de 2025
O nascimento da MPB
Por Edmilson Siqueira
"Prepare Seu Coração". Não, não se trata de um artigo sobre a famosa música de Geraldo Vandré e Theo de Barros, mas sim do título de um livro que estou lendo. Seu autor pode não ser conhecido das novas gerações e, mesmo os de gerações as mais velhas, como eu, talvez se lembrem dele como um produtor de televisão, de musicais e festivais de televisão.
Lançado em 2018 pela Editora Kuarup, o livro tem o subtítulo "Histórias da MPB" e ela realmente faz parte da maioria das histórias que ele conta. Mas, sua pequena autobiografia com a qual inicia os trabalhos, mostra sua participação em tudo que se estava fazendo de novidade nos anos 1960 tanto no teatro, quanto na música.
Solano Ribeiro conheceu os baianos Gil, Caetano, Gal Costa e Bethânia quando todos eles ainda estavam na Bahia; fez teatro com Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri; frequentou o famoso Beco das Garrafas, onde a bossa nova dava seus primeiros passos; trabalhou com Lennie Dale, um gênio da dança e foi namorado, por breve tempo, de Elis Regina, quando ela ainda era a cantora de "Menino das Laranjas", seu primeiro sucesso depois que aderiu à nova MPB.
Ele mesmo escreve, num resumo de sua vida artística no final do livro: "Depois de um início barulhento no pequeno Teatro de Arena e de alguns "especiais" com a Bossa Paulista e um mix entre cariocas e paulistas, no Teatro Cultura Artística, em 1965, lancei o Festival Nacional da Música Popular Brasileira, da TV Excelsior, que revelou Elis Regina, deu origem à sigla MPB e foi embrião do mais importante movimento musical do país. Os Festivais da Record de 1966, 1967 e 1968, com uma Bienal do Samba no meio-dia, serviram de palco para novas tendências, experimentações e ousadias que emocionaram o país que parava para ouvir e ver a MPB passar. A música popular superou o futebol. A final do Festival de 1967 acusou o índice de 97% de audiência."
Mas, todas as histórias que o autor conta, com exceção de algumas no início do livro, se passam sob a ditadura militar, que começou em abril de 1964. E muitos artistas eram perseguidos pelo regime, cuja censura se acentuou fortemente a partir de 1968, com o AI-5.
Assim, os festivais ocorriam sob forte tensão. Como exemplo, há um capítulo no livro que trata do III Festival Internacional da Canção, da Globo, que ocorreu justamente no ano de 1968, um pouco antes do AI5 acabar de vez a possibilidade de liberdade artísticas - e outras liberdades também - no Brasil.
Depois de contar como as canções chegaram à finalíssima brasileira que iria concorrer depois com as do exterior, ele escreve:
- De jeito nenhum. Segurança Nacional. É uma ordem e pronto.
- Perdoai-os, pois a vida não se resume a festivais."
Para quem não sabe, depois do festival, com a chegada do AI-5, Caetano e Gil foram presos sem acusação formal e tiveram de sair do país, indo pra Inglaterra. Vandré saiu do país, ajudado, segundo consta, diz o autor do livro, pelo seu grande amigo, o então governador de São Paulo, Abreu Sodré. Chico Buarque, proibido de se apresentar no Brasil, foi para a Itália. Edu Lobo e Carlinhos Lira, para os Estados Unidos.
O livro traz fatos históricos da música na visão da um dos personagens de praticamente tudo que aconteceu naqueles conturbados e criativos anos.
"Prepare Seu Coração" está à venda nos bons sites do ramo e livrarias.
sexta-feira, 21 de novembro de 2025
Pela estrada
Por Ronaldo Faria
quarta-feira, 19 de novembro de 2025
Ao tijucano interplanetário Jards Macalé
Por Ronaldo Faria
O violão se cala de tristeza
nas mãos do poema. E embaralha vozes e trovas nas covas entreabertas da
madrugada. Nas trevas, entravadas e entregues das ruas da Tijuca, o samba se
enturma nas coxas daquela que se atira ao dito ritmo. No rumo do poste rodeado
de insetos à busca de calor, o homem bambeia de lá pra cá e até dali por acolá.
A noite cauterizada ninguém vai calar. Nas pedras que se acolhem num nome
pomposo de paralelepípedo, retas e perpendiculares, onde pares pulam em festa, casais
caminham de mãos dadas. No céu há quem diga que vê fadas.
Mas o violão, calado e cansado
de tocar magia e sonoridade, está surdo e mudo. Catatônico feito o velho
nonagenário que bebe seu xarope tônico. Dicotômico, o poeta fica à espera da
quarta-feira para encher de dedos as páginas brancas, quase tântricas. Em cada
dedo existirá um pouco de letra perdida, sumida na cabeça que roda sem parar.
No automóvel que rompe o silêncio sepulcral que cala bocas e gestos, um ou
outro ser em descalabro e gelado porvir. No telhado, gatos espocam em gemidos
cálidos seus pulos de muro em muros. Na árvore as folhas despetalam em mil
talos.
O violão, porém, no contudo que só o entretanto se faz em toda a via, descansa num canto da sala. Falta-lhe as mãos que o encheram de brincadeiras e tons nas mais diversas tonalidades. As cores que teciam suas cordas de música e emoções viraram unções na dramaturgia que é a vida ao fechar as cortinas. No fim da estrada talvez um lampejo de morte ou angina. Com sorte, talvez lhe chegue uma consorte cheia de carinhos e aninhos. E acolha na colher da volta as estranhas entranhas do destino daquilo que tiver de ter sido. Na sombra do fim, nos resta em réstias só o olhar a ver-se fito.
terça-feira, 18 de novembro de 2025
Mais histórias da MPB
Por Edmilson Siqueira
Nesses tempos de podcasts adoidados por aí, quem tem tempo como eu de ficar pescando histórias de artistas da música no micro, acaba conhecendo muita coisa que, depois, embasam, muitas vezes, bons papos sobre a arte de compor e cantar e abastecem alguns artigos deste blog.
Dias desses, Djavan contou que a música "Oceano" já tinha sido iniciada há um bom tempo, mas que ele tem mania de começar alguma coisa e depois deixar de lado, esquecer que fez, mas que deixa tudo gravado. Um dia, ele estava em Los Angeles gravando, quando sua filha ligou e disse para ele escutar o algo que ela havia descoberto numa das fitas gravadas por ele. E tocou o início de "Oceano", com o próprio cantando, claro, só que em espanhol. Espanhol? Pois é, ele não disse por que estava em espanhol, mas achou lindo aquele começo - na verdade era só a primeira fase que estava gravada - e quando voltou se atirou nela. O resultado, todos sabem: um dos maiores sucessos do moço. Só que ele contou mais um detalhe. Após a gravação, o produtor Mazzola achou que caberia ali um violão espanhol. E chamou, para espanto de Djavan, ninguém menos que Paco de Lucia. Quando o espanhol ouviu a música, disse pra Djavan: "Essa música tem muita harmonia e eu só conheço três". Djavan sorriu e disse: "Então vai lá e faz o que você conhece". E, claro, ficou lindo o solo do violão.
Outro podcast delicioso para quem gosta de música é "Um Café Lá Em Casa", do grande Nelson Faria. Ali, a união da música com a entrevista que ele faz com os convidados, é um prato cheio de prazer para os curiosos como eu e para os ouvidos de quem aprecia boa música. O próprio Faria, um grande violonista e guitarrista, acompanha, meio que no improviso (ele é um grande jazzista) seus convidados, em versões únicas de grandes músicas.
Dia desses, assistindo ao programa no YouTube, onde a convidada era ninguém menos que Rosa Passos, fiquei sabendo que ela estava "programada" para ser pianista. Estava aprendendo, indo muito bem, até que um dia lhe caiu nas mãos um compacto duplo (para os mais novos, era um disquinho com duas músicas de cada lado) com parte da trilha sonora do filme "Orfeu do Carnaval", cantadas por ninguém menos que João Gilberto e seu violão. Rosa conta que foi sua irmã maios velha quem comprou o disco. "Quando ela botou na vitrola e eu comecei a ouvir, meu mundo parou. Eu fiquei assim hipnotizada pela forma com que João Gilberto cantava e tocava violão. E disse pra mim mesma: é isso! É isso que eu preciso!". Foi aprender violão e deixou o piano de lado. Detalhe: Rosa Passos tinha 11 anos.
No mesmo "Um Café Lá Em Casa", gravado há quatro anos, encontramos, num bate-papo super descontraído o já saudoso Lô Borges. E ele conta muita coisa em mais de uma hora de programa, desde a origem do Clube da Esquina (o local, a música, o disco), até dos dias mais recentes.
Pra ficar só no começo: Lô tinha dezessete anos quando fez a música "Para Lennon e MacCartney" (com letra de Fernando Brant e Márcio Borges), um grande sucesso na voz de Milton, que já tinha se consagrado com "Travessia". Pois Lô conta que, logo em seguida ao estouro da música, Milton foi até a casa dele. Lô pensou que ele ia pedir mais uma música, mas Milton foi direto: "Eu vim aqui pra pedir pra sua mãe autorizar você a ir morar comigo lá no Rio. Vamos fazer mais músicas e um LP inteiro chamado Clube da Esquina". A autorização era necessária porque Lô ainda não tinha 18 anos...
O podcast "Um Café Lá Em Casa" pode ser encontrado no Youtube: https://www.youtube.com/umcafelaemcasa . Há dezenas e dezenas de vídeos, todos ótimos.
Outro dia, o próprio Mazzola, que adora contar histórias, disse que achou que o disco "Realce", de Gilberto Gil, poderia ser sensacional. Ele estava, Los Angeles, onde Gil fazia um show com sua banda. Mazzola chamou Gil e disse que queria botar uma cozinha de músicos americanos na gravação. Gil, a princípio, não gostou muito, pois estava com seus músicos etc. Mazzola não se deu por vencido e convidou Gil a escutar o que poderia ser feito. E mais: queria lançar o disco a nível internacional. Gil acabou topando. Aí Mazzola convocou músicos só de primeiro escalão, gente que havia tocado com Lionel Richie e outros astros pops de lá. Passou as músicas pra eles, fizeram os arranjos e gravaram as bases. Claro que não foi tudo num dia só. Foi numa semana. Quando Gil ouviu ficou vidrado. Amou. E não teve dúvida alguma em botar sua voz na música título e em outras do LP. A história completa, com todos os detalhes - e são muitos - está em https://www.youtube.com/watch?v=tBtjnrt2EaM.
segunda-feira, 17 de novembro de 2025
Tempo errado no errôneo tempo
sábado, 15 de novembro de 2025
Bate em papos e papadas
quinta-feira, 13 de novembro de 2025
A cabeça começa a falhar
Por Ronaldo Faria
Na viagem
Por Ronaldo Faria Viajante de suas loucuras diuturnas, quase equidistante entre a vida e a morte, Januário persegue qualquer polis que vire ...
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Por Ronaldo Faria O CD Cazas de Cazuza – A Ópera-Rock é de 2000. Dez anos após a sua morte, vítima da Aids. Dos discos que homenagearam d...
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