sábado, 27 de agosto de 2022

Renato Teixeira

 Por Ronaldo Faria

Violeiro que toca e dedilha o violão, dá à tua mão um tanto de viola e canção. Canta à voz que partiu o trinar do tiziu, se este houver no horizonte em anil Brinca de tempo parado, de gesto largado, de andar pela estrada entre curvas e estradas. Fosse no asfalto da cidade, esquina haveria e faróis forrariam passos e arrancadas do coração num piscar sem parar. O lugar? O que há de ser lugar ou largar? Por isso o violeiro rasga os dedos nas cordas de aço e traz sensações e canções. Alguém, num dado desandar, saberá tais caminhos traçar.

Moça que se entrega aos insondáveis desejos do amante dissonante da vida deixa que a inverdade se invada de histórias e histriônicas saudades. Não deixe que o sono vire sonoridade desperta e dispersa. Sororidade inversa. Durma com a certeza de que amor maior não há. E se Deus existir, feito igual, ele nada terá feito ou fará. Nem mesmo com as certezas de um terço que a beata reza sem olhar. Na luz do lampião, o candeeiro saberá se iluminar. Deitada na sua cama azul, arreganhada, Nina vê o tempo canino discorrer, voar e nunca chegar.

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