quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Lua e travesseiro, do Milton

Por Ronaldo Faria



Travesseiro sem cabeça para dormir, cama sem canto preferido, perfídia de uma trama intrínseca e perdida em si mesma, ensimesmada e derradeira, como a feira. Entre gritos de aflitos e afônicos, atônitos, pessoas pasmam de ser. Não há o que reter, ter, ceder, ater, descrer. Só um tempo irreversível, factível, tangível e inatingível. No meio do tudo, perdido, vaticina o sonho de uma canção. Sem unção, sem emoção, sem junção. Na equação infinda da vida – sem início, meio ou fim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Na viagem

Por Ronaldo Faria Viajante de suas loucuras diuturnas, quase equidistante entre a vida e a morte, Januário persegue qualquer polis que vire ...