Por Ronaldo Faria
Cancioneiro sem canção,
vaticínio sem vastidão, saudade sem solidão. Universo entre o fim e o verso.
Verborragia em reverso. Limite da imensidão. Sortilégio de um camaleão. Tudo a
se esvair sem razão. No vão entre duas vidas, a visão de um quaternário saber.
Amor sem cacófatos e iluminações,
um transbordar e bordar de emoções. Entre a vontade de desaparecer e continuar a
ser. Lâmpada a esquentar o voo da mariposa que pousa para morrer. Na ilusão,
varre-se o frágil momento que chega na unção da canção.
Indulgente indigente que na
calada da noite ensurdecedora doura a pele com os raios que descem dos faróis.
Na chegada do escurecer, um revoar de pássaros e corujas que povoam o imbróglio
que há entre a paixão e a parcimônia que habita toda a solidão.
Despretensiosa e ciosa roupagem
da gente, que transmuta a certeza de que há amplitude na separação que junta e
desune, no sentimento que perpetua e atenua a certeza incerta e presta. No
universo que corre sem dono, ainda toca longe em gramofone.
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