Por Ronaldo Faria
quinta-feira, 1 de dezembro de 2022
Roubando a imagem (ou vampirando quem tem emoção)
quarta-feira, 30 de novembro de 2022
Vários mestres do jazz num só disco
Por Edmilson Siqueira
"The Mainstream Masters" é o nome do CD, mais um da coleção "A Jazz Hour With", que reúne, como o nome diz, um bando de cobras que gravou com várias formações entre os anos de 1954 e 1967. A maioria das faixas foi gravada em Nova York, mas há uma gravada em Essen, outra em Viena e mais outra em Londres.
Mas o que é "mainstream"? No encarte do CD está uma explicação bem suscinta, feita por Skip Voogd: "Para ir direto ao assunto: Mainstream é o nome dado ao estilo de swing que se desenvolveu nos palcos de jazz dos anos 30, e também é tocado atualmente com influências dos estilos de jazz posteriores, como bebop, cool e hard bop. A base do campo incomensuravelmente amplo do mainstream é formada pela execução de esquemas de acordes de padrões ou de composições de jazz. E como isso é feito principalmente de uma maneira fácil de ouvir, o mainstream é popular entre um público de milhões."
Pelo que se ouve nas dez faixas do discos, trata-se de jazz da melhor qualidade, com influências de vários estilos, mas todas elas aproveitadas pela genialidade dos jazzistas, tornando tudo muito agradável aos ouvidos. Parece que o jazz antigo, dos anos 1930, de que fala Voogd no encarte, baixou no espírito desses ótimos jazzistas que, já conhecendo tudo que viria depois - bebop, cool e hard pop - retiraram o melhor de cada um dos estilos para formarem seus próprios modos de tocar.
Depois do frenesi da faixa inicial, um velho, bom e triste blues - "Fine and Mellow", cuja autora é ninguém menos que Billie Holiday, ocupa os próximos sete minutos do disco. Na faixa, destaque para o piano de Kenneth Kersey e o trompete de Ruby Braff.
Ouro clássico vem a seguir: "Blues For Yesterday" (Les Carr) e, desta vez além do excelente trabalho instrumental de um time de primeira, temos a deliciosa voz de Nacy Harrow. Destaque para o sax tenor de Buddy Tate.
"Wrap Your Troubles in Dreams" (Mohl, Khoeler e Barris) é a quarta faixa, que volta ao jazz mais tradicional, com piano (Tommy Flanagan), contrabaixo (Charles Mingus) e bateria (Jo Jones) fazendo a cozinha (e que cozinha!) para o ótimo trompete de Roy Eldrige. Há um ótimo solo de bateria também.
Na rota dos clássicos, a quinta faixa traz o megassucesso jazzístico "All The Things You Are" (Kerne e Hammerstein) até hoje gravada por aí. O sax tenor de Coleman Hawkins, um dos mestres de todos os tempos, é o destaque da faixa que conta ainda com ninguém menos que Bud Powell no piano, Oscar Pettiford no baixo e Kenny Clark na bateria.
"King Size" (Wilkins) surge em seguida, também facilmente reconhecida de tanto ser tocada em rádios de jazz. A seção de metais é o destaque da faixa, tocando todos juntos ou solando ou improvisando, numa integração que só o jazz dos mestres pode proporcionar.
"Khons Limit" (Hans Koller), gravada em Viena, tem uma formação menor, mas nem por isso menos atraente: um sax tenor (Hans Koller), uma guitarra (Attila Koller), um baixo (Oscar Pettigord) e uma bateria (Kenny Clarke). Atentem para o belo solo da guitarra.
A oitava faixa é "All Too Soon" (de Ellington e Sigman), retomando a levada mais leve que permeia o disco, desta vez na suave clarineta de Pee Wee Russel, no tranquilo sax tenor de Coleman Hawkins e no belo trombone de Bob Brookmeyer.
O nome da nona música define bem o que ela é: "Nashstyle Blues" (Clark Terry), um mais que sofisticado blues que ganha cores especiais no trompete de Clark Terry e nos saxes tenor de Yusef Lateef e Seldon Powell.
Por fim, "Pound Horn" (de Coleman e Webster), outro clássico facilmente identificável, onde, claro, o trompete de Coleman e o sax tenor de Webster, os autores da faixam ganham destaque especial.
Como se pode notar, me derramei de elogios ao disco e ele merece até mais. E, embora não tenha encontrado o disco para se ouvir na íntegra, ele está à venda por aí, nos bons sites do ramo.
terça-feira, 29 de novembro de 2022
Rápida e curta, sem ser grossa
Por Ronaldo Faria
Para o Jessé Gomes da Silva Filho (vulgo Zeca Pagodinho)
segunda-feira, 28 de novembro de 2022
Uma jam session de peso
Por Edmilson Siqueira
Imagine reunir, em 1955, no mesmo palco os trompetes de Dizzy Gillespie e Roy Eldridge; o trombone de Bill Harris; o sax tenor de Flip Phillips; a guitarra de Herb Ellis; o contrabaixo de Ray Brown; a bateria de Louis Bellson e, como se tudo isso não bastasse, o piano de Oscar Peterson.
Bem, isso aconteceu em Estocolmo, na Suécia, e fez parte de um projeto chamado "Jazz At The Philarmonic". E, claro, foi gravado, virou disco e, em 1990, virou CD. É esse CD que eu tenho. O projeto JATP começou em 1944 e só terminou em 1985. Há muitos discos gravados nos palcos por onde o projeto andou. Esse de Estocolmo é um deles, e aconteceu no dia 2 de fevereiro. O frio que devia estar lá fora parece que ajudou a esquentar o clima no placo e na plateia. A jam session arrancou vários aplausos no fim dos solos e pelo que se ouve da performance dos músicos, o título dado ao disco - The Exciting Battle - vem a calhar.
A seguir, surge um "Drum Solo Medley", com um apequena introdução do trompete de Gillespie e 9 minutos da bateria de Louis Bellson.
A terceira faixa é também um "medley" só que de baladas. "The Man I Love" (dos irmãos Gershwin); "I'll Never Be The Same" (Malneck, Kahn e Signoreli) e "Sky Lark "(Carmichael e Mercer).
Por fim, com quase 15 minutos de duração, "Birks", outra criação coletiva de Gillespie, Eldridge, Philips, Peterson, Brown, Ellis e Bellison.
Para se ter uma ideia mais precisa da empreitada do Jazz AT The Philarmonic, Bene Green escreve no encarte: "Em 1955, quando "Jazz At The Philarmonic" chegou a Estocolmo, suas convenções haviam sido estabelecidas, seus preceitos estabelecidos e sua fama mundial. Talvez a característica mais notável, e também a mais louvável, dos grupos que aparecem sob a bandeira do JATP seja sua natureza heterogênea. Deve-se lembrar que, em 1955, a estúpida guerra interna no jazz entre o antigo e o moderno ainda não havia diminuído completamente, e que lançar, digamos, Roy Eldridge e Dizzy Gillespie para a mesma plateia exigia uma pitada de coragem moral. Em alguns casos, muitos idiotas consideravam músicos como Coleman Hawkins antiquados."
O disco é uma delícia para quem aprecia jazz como eu. São artistas que se tornariam lendas nos anos seguintes e já demonstravam que mereciam a consagração. Não encontrei o CD à venda.O que tenho é importado. Há alguns sites que oferecem o LP. Dá pra ouvir na íntegra no Spotfy - https://open.spotify.com/album/0HYkozKTDgRhOsbNnJT22D .
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