quinta-feira, 29 de junho de 2023

Em cantos e poesia

Por Ronaldo Faria


Vem meu anjo ou santo da poesia e letras, acordes e alforjes do passado, e me tragam do que falar ou vociferar. A ouvir um perdido Em cantos e poesia volto à minha tese de que Pernambuco é, sem dúvidas, o maior berço musical do Brasil.

E o tempo? O que é? Tão rápido e inócuo, desses que vem e voltam em invólucros que nunca saberemos, é somente um parágrafo ágrafo num turbilhão de letras e sílabas, balbuciadas e expostas em postas de carne viva e viúva numa esquina qualquer.

Talvez uma filigrana de emoção, uma inaudita razão sem amores em cisão. Quem sabe a calada e tardia madrugada que se expõe, os corpos que latejam em ilusões. Às açucenas ou falenas, a certeza de que inebriantes canções se abraçarão na noite.

A sentir o sabor das ruas de Olinda, dos seus casarios e ladeiras nos tambores da madrugada, da dança descoordenada, a incerteza profética de que o fel pode dar mel. Do vinho à cevada, a certeza de que no mundo, inócuo, há fantasmas e também fadas.

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