Por Ronaldo Faria
O que fazer ou refazer no extinto e retinto prazer? Que diásporas e
fugas criar? Entre perdidos e achados, autoproclamados suburbanos derreados,
como reaver a vida nas longínquas estradas de ser ou não ser? Nos provérbios
que os verbos dão, desvão e raros versos.
No passado próximo, entre o ócio e o pior beócio como mentor, o homem, na verdade eterno menino que teima em não crescer e ver o mundo como ele é, viaja feito subalterno nos porões do lisérgico barco sem rumo ou lugar a chegar. A se largar, num lagar etéreo e heterogêneo, homônimo do mais heteronômico ser, se lambuza de si mesmo na luta de cinco contra um. É apenas alguém a sorver pernas e penugens púberes num perrengue lunar. Bêbado de poucos goles, parcimônia de si, hecatombe à espera de se contemplar e se completar, locupletar. Para o futuro, esse fortuito clamor da dor, pouco saberá. Cassimiro é mistério e etéreo ser.
Na efeméride que o proselitismo dá, viaja voraz e incendiário no diário quaternário que somente os loucos e trôpegos sabem trazer e ler, entreolhar, no tardar. É um a mais nos tantos bilhões que caminham em descaminhos nas trilhas que a jusante da maré dá. Ao Deus, algo se fará. A perder chinelos, foder em sonhos famélicos de amor, derrear em qualquer lugar, sorver banquetes inebriantes e roer ossos de pés de galinhas mortas e pútridas, Cassimiro voa feito andorinha de uma asa só. Refeito e contumaz prisioneiro de seu passado sem cor, pintado numa aquarela que não pega pincel ou hidrocória disseminação, ele apenas refaz nas suas nuas cenas as penas que não cobrem seu corpo torto e roto. Quando com penas coladas com cera chegar perto do Sol, cairá feito mitologia num imenso e inequívoco mar. Se afogará de felicidade ou maldade e, por fim feliz, viverá a marejar.

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