Por Ronaldo Faria
(Ao som de Dominguinhos)
Por Ronaldo Faria
(Ao som de Dominguinhos)
Por Ronaldo Faria
Por Ronaldo Faria
Por Ronaldo Faria
Por Ronaldo Faria
Seta, beta, meta, reta. Seja o rumo da lucidez ou do hospício. Auspiciosa e diretiva. Divisa entre o rumo e a esquina. Curso direcionado para a sina que se ensina no espaço da solidão. Harmonia e blasfêmia. Saudade da boca dela, no maior cacófato que isso possa ser. Pouco importa. Na porta, a saída e a entrada. Lá fora a bruxa briga com a fada. Uma quer a fogueira e a outra a foda. No calor tropical do inverno encravado no continente que fica ao sul de uma linha imaginária, a cena de brincar de se achegar. Tempo há e haverá, apesar do gosto oposto da brisa no rosto. Ainda teremos ondas, rotundas emoções, errôneas verdades. Na loucura catastrófica da mente, certeza ausente que voa em balão. Corpo aqui e desejo no Japão. Copo esvaziado no vazio da criação. Falange de deuses pretos no amor que só é bom se doer. Rememoração da ação esquecida em alfarrábios vagos e amarelados. Signos cravados no peito com bazófias e som de metal. Sem Natal. Na seta tem beta, meta e reta. Tem sonhos transversos e versos de poeta. Na estética estoica de saber sofrer e amar, versículos dos loucos desvairados. Prazeres nos azares tocados em alaúdes antes de irmos ao ataúde. No passado, psicodelismo da retórica que a história delimita em saudades e fados, passos de dança num salão vazio. Dependurada e pintada numa placa, a seta beta da meta reta está lá, no escuro obscuro do caos caótico do ateu católico. E lá ficará sem cabeça e touca. A ensinar o caminho da sanha que toda manhã resolve novamente trazer ao lugar.
Por Ronaldo Faria
Por Ronaldo Faria
Por Ronaldo Faria
Por Edmilson Siqueira
"Prepare Seu Coração". Não, não se trata de um artigo sobre a famosa música de Geraldo Vandré e Theo de Barros, mas sim do título de um livro que estou lendo. Seu autor pode não ser conhecido das novas gerações e, mesmo os de gerações as mais velhas, como eu, talvez se lembrem dele como um produtor de televisão, de musicais e festivais de televisão.
Por Ronaldo Faria
Por Ronaldo Faria
O violão se cala de tristeza
nas mãos do poema. E embaralha vozes e trovas nas covas entreabertas da
madrugada. Nas trevas, entravadas e entregues das ruas da Tijuca, o samba se
enturma nas coxas daquela que se atira ao dito ritmo. No rumo do poste rodeado
de insetos à busca de calor, o homem bambeia de lá pra cá e até dali por acolá.
A noite cauterizada ninguém vai calar. Nas pedras que se acolhem num nome
pomposo de paralelepípedo, retas e perpendiculares, onde pares pulam em festa, casais
caminham de mãos dadas. No céu há quem diga que vê fadas.
Mas o violão, calado e cansado
de tocar magia e sonoridade, está surdo e mudo. Catatônico feito o velho
nonagenário que bebe seu xarope tônico. Dicotômico, o poeta fica à espera da
quarta-feira para encher de dedos as páginas brancas, quase tântricas. Em cada
dedo existirá um pouco de letra perdida, sumida na cabeça que roda sem parar.
No automóvel que rompe o silêncio sepulcral que cala bocas e gestos, um ou
outro ser em descalabro e gelado porvir. No telhado, gatos espocam em gemidos
cálidos seus pulos de muro em muros. Na árvore as folhas despetalam em mil
talos.
O violão, porém, no contudo que só o entretanto se faz em toda a via, descansa num canto da sala. Falta-lhe as mãos que o encheram de brincadeiras e tons nas mais diversas tonalidades. As cores que teciam suas cordas de música e emoções viraram unções na dramaturgia que é a vida ao fechar as cortinas. No fim da estrada talvez um lampejo de morte ou angina. Com sorte, talvez lhe chegue uma consorte cheia de carinhos e aninhos. E acolha na colher da volta as estranhas entranhas do destino daquilo que tiver de ter sido. Na sombra do fim, nos resta em réstias só o olhar a ver-se fito.
Por Edmilson Siqueira Pensa num disco que soa moderno, mas que foi lançado há 67 anos. É disso que se trata esse "Somethin' Else...